Cientistas propõem tratamento de trombose com uso de magnetismo

Vinogradov: “Estamos agora nos preparando para os estudos pré-clínicos”

Vinogradov: “Estamos agora nos preparando para os estudos pré-clínicos”

Press photo
Medicamento baseado em enzimas e associado a campo magnético demonstrou eficiência na dissolução de coágulos. Pesquisa russa foi publicada na revista “Scientific Reports”.

Cientistas da ITMO (Universidade de Tecnologias de Informação, Mecânica e Ótica), em São Petersburgo, estão cooperando com o hospital Mariínski no desenvolvimento de um medicamento que “mira” um coágulo de sangue por meio de um campo magnético.

O novo medicamento, que demonstrou ser seguro para aplicação via intravenosa, é capaz de dissolver coágulos com até 4.000 vezes mais eficiência do que as drogas comuns baseadas em enzimas, segundo os autores do estudo.

“Em situações de emergência relacionadas a trombose, o coágulo deve ser eliminado em quatro horas. Caso contrário, a falta de fluxo sanguíneo pode destruir o tecido. Mesmo que o paciente seja submetido a uma trombólise, haverá complicações causadas pelo fármaco trombolítico, que é uma enzima específica injetada via intravenosa para dissolver os coágulos”, explicam.

O procedimento desenvolvido, porém, permitiu ao cientistas o uso de materiais compósitos na injeção de enzimas trombolíticas de maneira segura e orientada.

O composto é formado por uma estrutura magnética porosa e moléculas de urocinase, enzima geralmente usada em medicina como agente trombolítico, e cria um revestimento trombolítico para vasos sanguíneos artificiais e soluções ​​estáveis feitas de nanopartículas.

Essas partículas minúsculas conseguem se instalar bem próximo ao coágulo por meio de um campo magnético externo. Além disso, a estrutura, de magnetita, também protege as enzimas de vários inibidores presentes no sangue e que podem desativar os medicamentos trombolíticos.

“Normalmente, para conseguir um efeito prolongado de tais medicamentos, a enzima é colocada dentro de uma matriz polimérica e depois liberada aos poucos, eventualmente perdendo toda a atividade”, explica Andrêi Drozdov, principal autor do estudo e membro do laboratório Solução Química de Tecnologias e Materiais Avançados (LSCAMT, na sigla em inglês), da ITMO.

“No entanto, demonstramos que as enzimas protegidas usando o nosso método não perderam suas propriedades terapêuticas por longos períodos de tempo, e mesmo após vários usos. A nova droga pode dissolver coágulos com uma eficiência 4.000 vezes superior a enzimas desprotegidas”, acrescenta.

O presente estudo é uma continuação lógica de pesquisas anteriores sobre a instalação de enzimas em uma matriz de magnetita e a produção de sistemas bioativos magneticamente controlados.

“Os resultados poderão, em breve, nos permitir testar o novo procedimento em mamíferos, por isso já estamos nos preparando para os estudos pré-clínicos”, diz Vladímir Vinogradov, diretor do LSCAMT.

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