Projeto de táxi aéreo sem piloto decola; investimento supera US$ 16 mi

Táxi aéreo tem preço estimado entre US$ 700 mil e 1 milhão

Táxi aéreo tem preço estimado entre US$ 700 mil e 1 milhão

Vostock-Photo
Modelo de transporte autônomo, chamado SerVert SV5B, combinará tecnologias de avião e helicóptero. Previstas a partir de 2025, viagens custarão até US$ 15 por 100 km rodados.

A startup russa de aviação Aviaton obteve um investimento federal de US$ 16 milhões para desenvolver seu projeto de aviões sem piloto – primeiro modelos de carga, mas futuramente também táxis aéreos. O valor equivale a 70% do total necessário para criar o primeiro protótipo.

“Primeiro os testes serão realizados com carga e, em seguida, após vários voos de ensaio, os drones podem ser usados ​​para transportar pessoas”, diz o diretor-geral da Aviaton, Avtandil Khachpurdze.

O futuro modelo de táxi aéreo, o SerVert SV5B, vai combinar as tecnologias de avião (voo de longa distância) e helicóptero (decolagem vertical) e tem preço estimado entre US$ 700 mil e um milhão de dólares.

Segundo o grupo AeroNet, que participa do processo de financiamento, a ideia é ter, pelo menos, 100 mil aeronaves sem piloto sobrevoando os céus da Rússia até 2025. 

O diretor da AeroNet, Serguêi Jukov aposta na demanda por essas aeronaves em áreas rurais. “O projeto tem grande potencial como táxi de passageiros, especialmente em lugares que não possuem infraestrutura aeroportuária”, prevê Jukov.

“Estimamos que o custo do transporte de um 1 kg de carga por mais de 100 km será de R$ 0,15, e para uma pessoa, será entre US$ 10 e US$ 15”, afirma Khachpurdze. “A maioria dos carros voadores se assemelham a quadricópteros e têm limitações em termos de distância de voo e velocidade. Nós não temos esse problema.”

The first version of the flying taxi - SerVert CV5B. Source: Press photoPrimeira versão do 'táxi voador' SerVert CV5B Foto: Press photo

Prioridade nacional

O grupo AeroNet reúne capitalistas de risco, empresários de tecnologia e cientistas, e pertence à Iniciativa Tecnológica Nacional (ITN), programa do governo que visa a determinar novos mercados onde a Rússia possa se tornar líder até 2035.

De acordo com os investidores, a previsão é que o mercado global de aviões sem piloto chegue aos US$ 200 bilhões até meados da década de 2030. Desse montante, acredita-se que a Rússia seria capaz de abocanhar entre US$ 35 e 40 bilhões.

No entanto, até que os modelos fiquem prontos, os especialistas estarão envolvidos também em um trabalho paralelo para regulação estatal dos veículos.

“São necessários de 5 a 8 anos para concluir um protótipo”, disse à Gazeta Russa o designer de carro Vladímir Pirojkov. “É necessário desenvolver regras para o tráfego aéreo, certificados, navegação espacial e segurança. Isso vai exigir mais 10 anos.”

O desenvolvimento de aviões sem piloto é umas prioridades para o setor de tecnologia do país, porém não a única. A lista da ITN inclui também avanços nas áreas de medicina personalizada e inteligência artificial.

Foto: Press PhotoPrograma visa, entre outras coisas, a reduzir congestionamentos Foto: Press Photo

Carros autônomos

As prioridades do Iniciativa Tecnológica Nacional incluem o desenvolvimento de transporte sem piloto no ar, mas também em solo.

Em abril, foi anunciado o lançamento de um local de teste, desenvolvido em parceria com a Universidade de Cambridge e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que permite que simular situações críticas na estrada com carros sem motoristas.

“Estamos testando todos os aspectos do veículo, que tem que funcionar em condições meteorológicas difíceis, comuns em estradas russas, e deve calcular todos os cenários possíveis a fim de evitar acidentes”, explica Olga Uskova, chefe da cátedra de cibernética da Universidade Nacional de Tecnologias, que também está envolvida na produção do carro.

“Carros sem motorista são baseados em caminhões Kamaz, e damos especial atenção a erros de cálculo matemáticos e analisamos vídeos com resultados mortais. O piloto automático deve ser capaz de resolver os problemas mais complexos e salvar a vida dos passageiros”, acrescenta Uskova.

O diretor-geral da Kamaz Autorobots, Anton Emeliánov, informou à Gazeta Russa que os primeiros caminhões sem motorista poderão aparecer nas estradas russas até 2020. No entanto, assim como no caso do transporte aéreo, as autoridades precisam desenvolver a base legislativa necessária.

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