Cientistas da Rússia e dos EUA fazem progresso no combate ao câncer

Sistema imunológico do paciente poderia ajudar a combater evolução do câncer

Sistema imunológico do paciente poderia ajudar a combater evolução do câncer

Shutterstock/Legion Media
Cientistas identificaram mutações reconhecíveis pelo sistema imunológico. Descoberta poderá servir de base para novos medicamentos e tratamento individualizado.

Um novo estudo desenvolvido por Pesquisadores de várias universidades norte-americanas, em conjunto com a Universidade de Tecnologia da Informação, Mecânica e Ótica (ITMO) de São Petersburgo, indicou que o tipo de célula é um fator-chave para determinar se a mutação faz ou não com que as células cancerígenas cresçam e se multipliquem de forma incontrolável.

Os cientistas examinaram 1.144 perfis de genoma de pacientes com dois dos tipos mais comuns de câncer de pulmão – adenocarcinoma e carcinoma de células escamosas. Antes, os pesquisadores acreditavam que as grandes mutações aconteciam de forma semelhante em ambos os casos.

“Mais estudos são necessários para determinar o que permite que uma mutação em um gene cause o crescimento descontrolado em um tipo de célula, mas não em outro”, um dos autores do estudo, Joshua Campbell, do Instituto Broad do MIT e Harvard.

“Esse conhecimento vai nos dar uma compreensão mais ampla das vias moleculares envolvidas no crescimento do tumor e nos ajudar a projetar drogas melhores”, continua.

Os pesquisadores descobriram também vários fragmentos de proteína que podem ser reconhecidos pelo sistema imunológico e servem como marcadores para identificar e combater o câncer.

Estima-se que 47% das amostras de adenocarcinoma do pulmão e 53% das de carcinoma de células escamosas do pulmão têm potencial para a imunoterapia, que é tipo de tratamento que aproveita o próprio sistema imunológico do paciente.

A imunoterapia tem uma vantagem sobre a quimioterapia e radioterapia, uma vez que tem como alvo células tumorais e poupa as saudáveis. “O sistema imunológico é altamente seletivo, e precisamos informar o corpo que ele não notou algo importante”, explica Anton Aleksandrov, pesquisador do ITMO responsável pelo desenvolvimento de um software para o estudo imunológico.

“As células fornecem regularmente ao sistema imunológico ‘pedaços de proteína’ chamados epítopos para análise. Se por algum motivo, ele não for capaz de capturar o epítopo de uma proteína que sofreu mutação, pode então surgir um tumor”, completa.

Segundo Aleksandrov, a busca por epítopos que possam ser detectados pelo sistema imunológico de um paciente é essencial para o desenvolvimento de abordagens individualizadas para tratamento do câncer.

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