Sonda espacial russo-europeia segue rumo a Marte

Sonda ExoMars-2016 chegará a Marte em sete meses

Sonda ExoMars-2016 chegará a Marte em sete meses

David Ducros/ESA
Em primeira missão conjunta ExoMars, cientistas tentam aperfeiçoar tecnologias de exploração espacial e buscar sinais de vida passada ou presente no planeta vermelho.

Às 09h31 GMT (06h31 de Brasília) de segunda-feira (14), o foguete Proton-M, levando a bordo equipamentos russos e europeus da missão conjunta ExoMars, foi lançado a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

A principal tarefa da missão é encontrar gás metano em Marte, que pode ser um indício de vida biológica passada ou presente, assim como aprimorar a tecnologia para uma aterrissagem suave no planeta sob condições de tempestades de areia.

A data do lançamento não foi escolhida por acaso, já que, segundo os cientistas, a distância entre Terra e Marte é menor neste mês.

“Está acontecendo o que chamamos de ‘janela de lançamento’”, disse à Gazeta Russa Ígor Mitrofanov, chefe do departamento de Planetologia Nuclear do Instituto de Pesquisas Espaciais. “Isso ocorre uma vez a cada 2 anos e 50 dias.”

Metano

“Neste momento, uma sonda cuja precisão é 100 vezes maior do que a do anterior está voando rumo a Marte”, anunciou Aleksandr Tokhimovski, também pesquisador do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia Russa de Ciências.

A missão dos dispositivos – 11 russos e 3 europeus – instalados na sonda orbital e no módulo que irá aterrissar em Marte é pesquisar a atmosfera do planeta e encontrar possíveis indícios de vida, entre eles o gás metano, que costuma ter origem biológica.

Na Terra, por exemplo, mais de 90% desse gás é produzido por organismos vivos.

“É possível encontrarmos alguns oásis, onde ainda existam seres primitivos que poderiam ter se originado há bilhões de anos”, prevê Mitrofanov.

Parceria no espaço

Com custo estimado em 1 bilhão de euros, a missão russo-europeia ExoMars inclui duas etapas: ExoMars-2016 e ExoMars-2018, que é esperada para daqui dois anos.

Na primeira fase, a Rússia disponibilizou o foguete-portador Proton-M e metade do instrumental científico para a sonda orbital TGO. Já a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), forneceu a sonda em si e o módulo Schiaparelli.

Os pesquisadores russos produziram também um conjunto de três espectrômetros denominado ACS (Atmospheric Chemistry Suite), que se destina ao estudo da composição química e estrutura da atmosfera de Marte, e o FREND (Fine Resolution Epithermal Neutron Detector), um detector de nêutrons utilizado na busca de hidrogênio e de depósitos de água congelada.

“Nosso sistema irá determinar remotamente, a partir da órbita, a composição dos gases, bem como medir a temperatura e as nuvens, da mesma maneira que isso é feito a partir dos satélites meteorológicos”, disse à Gazeta Russa Oleg Korabliov, responsável pela supervisão do sistema ACS.

Mais semelhanças do que diferenças

Marte tem muito em comum com a Terra: estações do ano, derretimento das calotas durante determinado período e até mesmo neve, embora seja constituída de dióxido de carbono. Também há nuvens e água. Além disso, o dia em ambos os planeta tem quase a mesma duração. A diferença mais aparentes, no entanto, é o fato de Marte ser duas vezes menor do que a Terra, mesmo possuindo o maior vulcão do Sistema Solar, o Monte Olimpo, cujo pico está 27 km acima do nível médio da superfície de Marte.

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