Célula solar mais barata e durável entrará no mercado em 2016

Primeiro destino de novas placas solares será Índia, seguida por EUA e Europa

Primeiro destino de novas placas solares será Índia, seguida por EUA e Europa

Press Photo
Tecnologia que utiliza material organometálico em vez do tradicional silício promete maior durabilidade. Em busca de investimento, startup russa atraiu atenção da petrolífera Shell.

Em julho deste ano, o cientista Dmítri Lopátin quase foi preso por ter encomendado da China o solvente gama-butirolactona, uma substância proibida na Rússia. Não se sabia, porém, que a substância seria usada na formulação de um novo tipo de células solares capazes de otimizar o aproveitamento da energia do Sol.

“Elas serão mais duráveis e mais baratas do que as que já existem no mercado”, promete Lopátin, que, em vez do tradicional silício, utiliza nas células um material organometálico, a perovskita. A previsão é que os painéis solares com área de 30 a 40 metros quadrados custem entre 2.000 e 3.000 euros.

“Ao redor do mundo, os cientistas tentaram criar células solares com base no silício, mas ele tem alguns inconvenientes”, explica Lopátin. “Se o silício contiver 0,001% de impureza, a célula ficará inutilizada. E leva-se muito tempo para cultivar o cristal puro.”

De um modo geral, as células solares de silício acabam saindo duas ou três vezes mais caras do que as produzidas por Lopátin, já que têm baixa durabilidade. “Mas nós usamos a perovskita, que pode-se pulverizar sobre qualquer superfície. E, com a ajuda de uma impressora industrial, conseguimos produzir as células solares”, explica o cientista.

O projeto de construção de painéis solares, que encontra-se no estágio final e será concluído com a ajuda de uma impressora 3D industrial, representou a Rússia na cúpula internacional de ciência e de empreendedorismo tecnológico “Hello Tomorrow”, atraindo interesse da gigante de petróleo e gás Royal Dutch Shell.

Espera-se agora que a petrolífera anglo-holandesa ajude a completar os US$ 400 mil de investimento ainda necessários para começar a produção. Durante o desenvolvimento do projeto, já foram consumidos US$ 20 mil provenientes de recursos próprios de Lopátin e seu sócio Oleg Baronov, além de investimentos privados no montante de US$ 30 mil.

Pelo planejamento, as tecnologias e os equipamentos para a impressão de células solares deverão ser comercializados a partir do início de 2016 no mercado indiano. Em seguida, a startup planeja entrar nos Estados Unidos, Europa e Américas.

Apesar das perspectivas do projeto, Lopátin assume ter ficado assustado quando se tornou foco de um escândalo no país pelo suposto contrabando do solvente chinês. “Agora o caso foi encerrado, pois provei que a substância seria utilizada para fins científicos.”

 

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