Samara vai exportar válvulas cardíacas biológicas à Europa

Requisitos para doador seriam menores do que em transplante convencional

Requisitos para doador seriam menores do que em transplante convencional

Ria Nôvosti/Aleksandr Kondratuk
Laboratório de Samara iniciou produção de válvulas cardíacas biológicas em outubro. Após período experimental na Rússia, produtos devem começar a ser exportados à União Europeia.

A União Europeia deve começar a receber dentro cinco anos as válvulas cardíacas biológicas produzidas pela Universidade Médica Estatal de Samara (SamGMU) e pela Universidade Aeroespacial Estatal de Samara (SGAU), em parceria com a universidade alemã de Düsseldorf.

“Na maioria dos casos, os pacientes colocam válvulas mecânicas, o que os leva a terem que tomar anticoagulantes para o resto da vida”, diz o organizador do projeto e diretor do Instituto de Desenvolvimento Inovador da SamGMU Aleksandr Kolsanov.

As válvulas biológicas apresentam, porém, desvantagens: não se renovam e se desgastam rapidamente, o que exigiria um novo transplante no futuro.

“A ideia é que o novo laboratório permita aos cardiologistas garantir válvulas biocompatíveis e acessíveis”, afirma Kolsanov, acrescentando se tratar apenas do primeiro passo do projeto.

As válvulas serão implantadas em centros cardíacos na região de Samara, no sudeste da Rússia, e em seguida nos principais centros federais do país e da União Aduaneira.

O objetivo do laboratório é também dominar a prática mundial de descelularização (procedimento no qual as células de um órgão são destruídas e, em seu lugar, cresce uma estrutura de tecido conjuntivo).

“Planejamos produzir vasos sanguíneos e ureteres já no próximo ano. Depois iremos nos ocupar de órgãos – corações, pulmões, rins –, além de desenvolver métodos de modificação destes últimos para acelerar o processo de aceitação do enxerto”, completa Kolsanov.

De acordo com o Centro Científico Bakulev de Cirurgia Cardiovascular, cerca de 60 mil pessoas esperam por um transplante de válvula cardíaca atualmente na Rússia.

Produção

Na primeira fase do projeto, os cientistas russos pretendem utilizar e aperfeiçoar a experiência alemã e, com base nesta, desenvolver a sua própria tecnologia.

As válvulas serão produzidas em Samara por meio de engenharia de tecidos. Para isso, elas terão que ser extraídas do coração do doador.

Depois, em condições específicas de higiene, o material celular será retirado da válvula cardíaca para garantir a sua compatibilidade com o sistema imunológico humano. O produto resultante vai ser então preparado para armazenamento e entrega para o transplante.

O “produto biológico” será, neste caso, de mais fácil aplicação, já que os requisitos em relação ao doador são menores do que em um transplante convencional.

 

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