“Espionagem cibernética é hoje mais eficaz que a clássica”

No ano passado foram identificadas na Rússia três redes de espionagem cibernética de países estrangeiros Foto: Alamy/Legion Media

No ano passado foram identificadas na Rússia três redes de espionagem cibernética de países estrangeiros Foto: Alamy/Legion Media

Governo pretende avaliar projeto de lei que regulariza as base para construção de um sistema complexo de proteção contra ataques cibernéticos. Um dos autores do projeto, Igor Sheremet falou à “Rossiyskaya Gazeta” sobre atuais meios de defesa cibernética e busca de novas tecnologias.

Que tipo de arsenal para defesa cibernética já existe na Rússia?

O Serviço Federal de Segurança (FSB) criou um sistema público de detecção e prevenção de ataques cibernéticos. Em 2013 foram identificadas três redes de espionagem cibernética de países estrangeiros, o que impediu o roubo de 2 milhões de páginas com informações secretas. Hoje em dia, a espionagem cibernética é, em alguns casos, mais eficaz do que a clássica, com a participação de agentes. É pouco provável que algum James Bond estrangeiro seja capaz de penetrar na estrutura de outro país a ponto de conseguir roubar um arquivo secreto.

Os chamados “marcadores” em redes de computadores são uma realidade ou um mito sobre espiões?

Em todos os dispositivos, inclusive em smartphones, tablets e computadores pessoais, bem como em meios sociais de comunicação – em servidores e roteadores – há tanto defeitos não intencionais, quanto os produzidos por sabotagem.

Os defeitos não intencionais geralmente são resultado de erros dos desenvolvedores, assim como defeitos de fabricação. Defeitos de sabotagem são como minas de software programadas com antecedência. Esses defeitos convertem a área de informação em uma fonte de controle total e possibilitam vazamento de informações confidenciais.

Na Rússia, vários laboratórios experimentais estão envolvidos na procura por esses defeitos. Apenas um desses laboratórios conseguiu, entre 2008 até hoje, revelar mais de quarenta defeitos de sabotagem em software e hardware de fabricação estrangeira.

A maior parte dos ataques de hackers vem do território da China. Por quê?

Os endereços eletrônicos dos verdadeiros criminosos virtuais estão escondidos por meio dos chamados “botnets”. Isto é, módulos de programas especiais instalados secretamente por hackers em computadores pessoais ligados à internet. Eles executam a função de encaminhamento para esconder os endereços virtuais das verdadeiras fontes das mensagens.

A criação e venda de “bots” é um dos principais serviços criminosos na internet. Com sua ajuda, um hacker que se encontra na Tailândia pode atacar um recurso on-line localizado, por exemplo, no Brasil.

Como se desenvolverão as tecnologias de próxima geração na Rússia?

Especialistas estimam que em 2030 começará a produção em massa da base de componentes eletrônicos feitos a partir de materiais e princípios físicos novos. A Rússia tem a possibilidade até mesmo de se tornar líder em algumas áreas, como comunicação e computadores quânticos.

 

Publicado originalmente pela Rossiyskaya Gazeta

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