Blindagem de polieteno irá proteger os soldados russos contra laseres de combate

Tanque de combate T-90 Foto: vitalykuzmin.net

Tanque de combate T-90 Foto: vitalykuzmin.net

Os primeiros protótipos do novo polímero deverão ser fabricados até junho de 2014.

O Ministério da Indústria e Comércio da Rússia abriu uma licitação para os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de uma tecnologia de produção de uma nova blindagem a partir de materiais fibrosos para veículos de combate. De acordo com a documentação, as placas de polietileno de ultra-alto peso molecular farão parte da blindagem da carroçaria e do fundo de caminhões militares e veículos blindados. A intenção é proteger o material de guerra contra fogaças anti-carro, balas perfurantes e incendiárias e fatores ambientais agressivos.

Os primeiros protótipos do novo polímero deverão ser fabricados até junho de 2014. A nova blindagem deve resistir ao ataque com um laser de combate, impacto de uma bala perfurante de 12,7 milímetros a uma distância de 300 m, explosão de 8 kg de TNT, "chamas de 10 W / cm ² de potência durante 15 segundos, um pulso de luz de 42 J/cm ² durante um segundo; um pulso de laser de CO2 de 42 W/cm² por 25 segundos".

A blindagem de polietileno não deve perder suas propriedades protetoras no contato com o combustível, água do mar e radiação ultravioleta e a temperaturas críticas de -50 a +70 graus centígrados e deve ser, pelo menos, um terço mais leve do que a blindagem de aço. As placas protetoras de polietileno também podem ser usadas para a proteção do pessoal das  empresas industriais que fabricam, armazenam, transportam ou utilizam material explosivo.

O polietileno de ultra-alto peso molecular (PEUAPM) são polímeros de  etileno de alto peso molecular. Diferentemente dos polietilenos comuns, o Peuapm possui uma elevada resistência ​​em condições extremas, não sofre corrosão, é capaz de resistir aos impactos a temperaturas inferiores a -150°C, repele completamente a umidade e não conduz eletricdade.

Segundo o diretor da revista Aresenal da Pátria, Víktor Murakhóvski,      ouvido pelo Izvéstia, inventado há alguns anos, o Peuapm é usado amplamente no Ocidente como parte de uma blindagem multicamada. "Por exemplo, é amplamente utilizado em coletas anti-bala no exército dos EUA. Combinado com as fibras de aramida, o poleitileno proporciona um efeito protetor muito melhor do o Kevlar. Ao contrário do Kevlar feito de fibras entre as quais há um espaço, o polietileno não tem fibras. Por isso, é mais resistente às balas e projéteis", esclarece Murakhóvski. Ele acrescentou que, para a proteção do material de guerra, uma blindagem combinada multicamada composta de placas de aço e de cerâmica e uma camada de polietileno e de fibras de aramida é usada. "Essa blindagem é necessária para proteger todos os veículos de combate concebidas para operar na linha de frente e nas áreas adjacentes onde a proteção contra balas, projéteis. fragmentos de projéteis e ondas de choque é indispensável", disse o especialista.

Para ele, o novo material também pode ser usado em coletes anti-bala. Isso permitirá diminuir seu peso em 20 a 30%. Todavia, o novo material tem um defeito sério: perde suas propriedades protetoras ao fim de 3 a 5 anos.

O governo disponibiliza 180 milhões de rublos (cerca de R$ 12,7 milhões) para os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento, cuja primeira fase deve estar concluída até julho de 2014. Os testes devem começar em dezembro de 2014.

 

Publicado originalmente pelo Izvéstia: http://izvestia.ru/news/555976#ixzz2d46eXEHl

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