Artilharia de foguetes russa completa 50 anos

A Rússia, ainda hoje, continua a ser um dos principais líderes no mercado internacional de armas Foto: RIA Nóvosti

A Rússia, ainda hoje, continua a ser um dos principais líderes no mercado internacional de armas Foto: RIA Nóvosti

Altíssimo nível tecnológico do MLRS e de seus herdeiros manteve por muito tempo a União Soviética elevada à categoria de líder no segmento.

A artilharia nacional de foguetes comema o seu jubileu de 50 anos em 2013. Em  28 de março de 1963, para armar o Exército Soviético, foi  adotado um sistema de foguetes de lançamento múltiplo MLRS BM-21 Grad.

O altíssimo nível tecnológico do MLRS e de seus herdeiros manteve por muito tempo a União Soviética elevada à categoria de líder no segmento e, mesmo antes disso, desde a criação do lançador múltiplo de foguetes Katiusha, já era ela quem ditava as tendências no campo da artilharia de foguete.

A Rússia, ainda hoje, continua a ser um dos principais líderes nesse segmento do mercado internacional de armas.

Alcance e precisão

As principais vantagens do MLRS são a rapidez do ataque, a alta densidade de danos de fogo em áreas significativas, os rápidos disparos de munições, a  alta mobilidade (saída da área de retaliação em alguns minutos), o pequeno porte, a conformidade com os critérios facilidade de operar/eficiência, a capacidade de funcionar em qualquer hora do dia ou da noite e em todas as condições climáticas e o custo relativamente baixo.

Em muitos países europeus existe uma tendência para definir os sistemas de artilharia de foguetes como armas de destruição em massa. Ainda em 1980, a ONU adotou uma convenção sobre determinados tipos de armas convencionais que proíbe ou restringe o uso de armas que podem ser consideradas como excessivamente danosas ou que tenham efeitos indiscriminados.

Sem dúvida que o MLRS pode ser incluído nesse tipo de armamento. Em consequência disso, por exemplo, nas Forças Armadas da  Dinamarca e da Holanda, esses sistemas foram retirados recentemente dos armamentos.

Ao mesmo tempo, o MLRS, tendo em conta todas as suas características de combate listadas acima, continua a ser um dos tipos de armamento de maior demanda na maioria dos exércitos do mundo.

Da Katiusha até o Smerch

Desde o momento em que, em 16 de julho de 1941, as unidades de baterias de foguetes de 132 mm de instalação BM-13-16 (Katiusha), sob o comando do capitão Ivan Flerov, destruíram o entroncamento ferroviário de Orsha junto com trens alemães, com tropas e equipamentos, começou a era da artilharia de foguetes soviética. Cerca de um ano depois, entrou em combate a modificação do lançador de foguetes Katiusha  –o 300mm BM-31-12 (Andriusha), com um guia do tipo celular.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o exército soviético tinha adotado uma série de sistemas de artilharia de foguetes de campo –240mm BM-24, 140mm BM-14, 200mm BMD-20 Storm-1 e o rebocado 140mm PAR-14. Esses antigos mas confiáveis equipamentos estão em serviço até hoje em alguns exércitos do mundo. Seu alcance máximo, no entanto, não passa de dez quilômetros (exceto o BMD-20, que chega a 18,7 km).

A reviravolta veio em 1963, com o surgimento do 122 mm BM-21 Grad, com um alcance máximo de fogo de 20,4 km, que, como resultado de aperfeiçoamentos, foi aumentado para 40 km.

Na base do BM-21 foi criada uma série de MLRS nacionais –o Prima, os aerotransportados Grad-v, Grad-VD, Grad-Pe Grad-1, o sistema naval Grad-m e o sistema costeiro Damba, complexo lançador automotor. As excelentes características técnicas da máquina e o seu gigantesco potencial de modernização foram a causa de tantas cópias e  inúmeros aperfeiçoamentos em todo o mundo.

Em 1976, o exército soviético recebeu um sistema 220 mm de lançamento múltiplo de foguetes mais poderoso, o Uragan (furacão), com um alcance máximo de fogo de 35 quilômetros.

No final da época soviética surgiu o 300 mm MLRS Smerch, que durante muito tempo permaneceu sendo o sistema  de artilharia de foguetes de maior alcance soviético. O alcance máximo é de 90 quilômetros e o número de guias vai de quatro a 12. O projétil é ajustado durante o voo por lemes gasodinâmicos, com uma faixa de dispersão de 0,21% da distância do lançamento.

Seu lançamento múltiplo, a partir de um  veículo de combate,  abrange uma área de 672 mil metros quadrados e o sistema de carregamento é totalmente mecanizado. São utilizados recipientes descartáveis de transporte e lançamento. O MLRS Smerch foi introduzido no armamento em 1987, embora tenha começado a ser desenvolvido ainda nos anos 1960.

Novidade

O novo MLRS que está chegando para substituir o Smerch, o Tornado–C,  passou por uma modernização dos segmentos de automação, de orientação e mira, teve um aumento do alcance do lançamento dos foguetes, de até 120 quilômetros, e um aumento da precisão do disparo, graças ao sistema inercial de navegação e ao uso do sistema Glonass. O tempo de prontidão foi reduzido em 2,5 vezes em comparação com o sistema de base.

O Uragan-1M é outro sistema de mísseis totalmente novo,  com um alcance de 80 quilômetros.  Em 2009, o tenente-general Serguêi Bogatinov, chefe das Tropas de Mísseis e Artilharia das Forças Armadas, observou que o lote de carregamento Uragan-1M permitirá a utilização de mísseis MLRS regulares, além dos que estão em desenvolvimento, o Uragan e Smerch. A gama de ogivas de mísseis é ampla –minas cumulativas,  antitanque, de alto poder explosivo e minas contra infantaria.

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