Vida longa ao Dragunov

O fuzil Dragunov tem um histórico de boa confiabilidade nos conflitos no Afeganistão, Tchetchênia e outras regiões de conflito Foto: AFP / EastNews

O fuzil Dragunov tem um histórico de boa confiabilidade nos conflitos no Afeganistão, Tchetchênia e outras regiões de conflito Foto: AFP / EastNews

O famoso fuzil de precisão Dragunov (SVD) acaba de completar 50 anos de serviço nas Forças Armadas russas. Por isso, a Gazeta Russa separou algumas curiosidades sobre a história da criação do fuzil, suas funções e perspectivas.

No final dos anos 1950, o governo soviético abriu um concurso para a construção de um fuzil de precisão semiautomático para o exército. A concorrência foi vencida pelo escritório de engenharia chefiado por Evguêni Dragunov.

Em 1963, o fuzil, que recebeu o nome de seu criador, foi adotado pelas Forças Armadas soviéticas. O instrumento utiliza um cartucho especial com balas que têm núcleo de aço e é adaptado a toda a gama de munições de fabricação nacional de 7.62x54R.

O fuzil Dragunov foi concebido para desempenhar funções um pouco diferentes das atribuídas a seus pares nos exércitos ocidentais. Sua principal missão é aumentar para 600 a 700 metros o alcance efetivo de uma unidade de atiradores armados com fuzis de assalto comuns.

Especificações técnicas 

Calibre: 7.62x54R mm

Mecanismo: semiautomático, o fuzil é recarregado automaticamente aproveitando a expansão dos gases

Peso sem munições nem mira: 4,3 kg

Comprimento total: 1.225 mm

Comprimento do cano: 620 mm

Altura com mira óptica:  230 mm

Largura com mira óptica: 88 mm

Carregador de munição em forma de caixa: 10 cartuchos

Cadência teórica: 30 rpm

Velocidade inicial da bala: 830 m/s

Cadência efetiva: até 30 tpm

Energia: 4064 joules

Mira: PSO-1, com um zoom de 4X

Precisão: menos de 2 minutos de arco a uma distância de 600m

Alcance de utilização com mira aberta: 800 m

Alcance de utilização com mira ótica: 1300m

Alcance de utilização com mira de visão noturna: 300 m

O fato de o fuzil Dragunov ser amplamente utilizado por atiradores especiais mostra que as forças especiais russas não possuem armas de precisão especiais. A recente estreia do fuzil de precisão SV-987 do mesmo calibre deve alterar substancialmente a situação nesse domínio.

Configuração

O fuzil Dragunov tem um histórico de boa confiabilidade nos conflitos no Afeganistão, Tchetchênia e outras regiões de conflito.

 “Nada em excesso. Nada complicado ou frágil. Ao atirador resta apenas mirar e atirar”, descreveram os especialistas estrangeiros ao verem o fuzil Dragunov.

Em 1989, a revista militar suíça “Schweizer Waffen-Magazin” publicou um artigo dedicado ao SVD, dizendo que “no Ocidente, o fuzil soviético Dragunov que utiliza o cartucho clássico de 7,62 x 54 é considerado como artefato raro e possível de encontrar só em coleções particulares”.

Após testarem o Dragunov, os editores do veículo elogiaram seu design que, ao contrário dos cânones tradicionais de armas de precisão, faz do fuzil uma arma ligeira.

“De acordo com os padrões da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), os fuzis de precisão devem ter um raio de dispersão não superior a 38,1 cm a uma distância de 548,6 m em uma série de 10 tiros. O fuzil Dragunov atende a esses requisitos. Os fuzis Dragunov não exigem cuidados especiais e são capazes de operar nas mais adversas condições”, dizia a reportagem.

Mapa de distribuição

Diferentes versões do fuzil Dragunov estão espalhadas por todo o mundo. O fuzil está presente na Finlândia, Hungria, Romênia, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Bulgária, Albânia, China, Índia, Mongólia, Afeganistão, Iraque, Irã, Turquia, Venezuela e Nicarágua, além da Rússia e ex-repúblicas soviéticas. 

O fuzil Dragunov utiliza a mesma tecnologia de recarregamento automático da Kalachnikov e um diferente esquema de uso da energia dos gases. Possui uma mira óptica com um zoom de 4X e pode usar miras de visão noturna.

As versões anteriores tinham fostes e coronhas feitos de madeira, enquanto as atuais utilizam fustes de plástico e coronhas de madeira ou de plástico. Os fuzis SVD-S possuem um punho de pistola e uma coronha rebatível, além de trilhos para fixar um sabre-baioneta.

Novas Versões

Uma versão do fuzil Dragunov com um cano encurtado e coronha dobrável foi projetada para as Tropas Paraquedistas. Carabinas de caça construídas a partir do fuzil Dragunov como Medved (descontinuado) e Tigr estão em alta demanda.

Réplicas e clones do fuzil estão presentes em grande número no exterior. Entre elas, há réplicas muito fiéis como, por exemplo, o fuzil chinês Tipo-85 de calibre 7.62X54R, e imitações como o fuzil iugoslavo M91.

Fundada em 1807, a Ijmach é especializada na produção de armas de fogo ligeiras, fuzis de precisão, projéteis de artilharia guiados, armas de caça, espingardas esportivas e máquinas ferramentas. Exporta seus produtos para 27 países, entre os quais EUA, Reino Unido, Alemanha, Noruega, Itália, Canadá e Tailândia. 

O fuzil SVU, com um cano 100 mm mais curto, utiliza o bullpup (uma configuração de fuzis, na qual o gatilho se encontra à frente do carregador de munição, sendo que este é encaixado na coronha) e tem o som de tiro reduzido, o que permite ao atirador permanecer despercebido em combates em uma cidade. Essa versão é amplamente utilizada por unidades especiais das estruturas de defesa e segurança da Rússia.

No início dos anos 1990, foi projetado o fuzil de precisão automático SVU-AS, com um cano encurtado e um bipé, destinado às unidades especiais da polícia.

Em maio passado, a fábrica de armas de fogo ligeiras Ijmach, em Ijevsk, apresentou um novo fuzil de precisão, o VS-121, construído a partir do fuzil Dragunov. O novo fuzil é mais compacto, mais leve e mais equilibrado, utiliza o esquema bullpup, possui um silenciador tático e é adaptado a todos os dispositivos optoeletrônicos modernos utilizados pelos atiradores especiais.    Esse instrumento está atualmente em teste.

 

Com materiais do portal Russian Technologies e agência de notícias Armas da Rússia

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