Novo ecranoplano promete acabar com limitações de versão clássica

Teste de ekranoplano Petrel-24, produzido pela empresa russa Nеbо i mоrе ("Céu e Mar", em português). Foto: TASS

Teste de ekranoplano Petrel-24, produzido pela empresa russa Nеbо i mоrе ("Céu e Mar", em português). Foto: TASS

Desenvolvedores acreditam que veículo anfíbio terá possibilidade de voar com igual eficiência sobre superfícies aquáticas e terrestres.

Em maio deste ano, são esperados os testes de operação de um novo veículo anfíbio (híbridos entre o barco e o avião), Burevestnik-24.

O veículo da família de ecranoplanos já despertou interesse do departamento de transporte marítimo do Ministério dos Transportes da Iakútia e, por isso, será testado no rio Lena, em uma rota com cerca de 600 quilômetros entre as cidades de Iakutsk e Olekminsk.

A expectativa é que no futuro esse modelo substitua os atuais Raketas e Meteors, hidrofólios de passageiros que operam em linhas fluviais de alta velocidade da Iakútia.

O Burevestnik é um ecranoplano voador que, assim como os modelos clássicos, movimenta-se sobre superfícies aproveitando o chamado efeito solo. A diferença entre os ecranoplanos clássicos e os voadores é que estes são capazes de deslocamento em altitudes maiores.

O grande desafio, contudo, é o fato de ninguém ter conseguido conceber um veículo que possa voar quase como um bom avião e, paralelamente, possua as qualidades de um ecranoplano.

Na tentativa de resolver esse problema, os desenvolvedores do Burevestnik procuraram utilizaram uma configuração biplana em seu projeto, com as asas inferiores mais largas a fim de assegurar o efeito solo.

Espera-se que essa configuração proporcione ao Burevestnik a possibilidade de voar com igual eficiência sobre as superfícies tanto aquáticas como terrestres.

Perspectivas

Há muito tempo, quase todas as potências mundiais que lideram na área de construção aeronáutica vêm desenvolvendo projetos de ecranoplanos. No entanto, esses veículos ainda não se utilizam para fins práticos e em serviços permanentes em nenhuma parte do mundo.

As restrições relativas aos modos de operação, bem como a pilotagem muito delicada ainda não permitem fazer com que os ecranoplanos se convertam em meios de locomoção seguros.

Por outro lado, o ecranoplano voador, teoricamente isento das principais deficiências do ecranoplano clássico, pode chegar a ser um veículo mais promissor, embora a pilotagem deste último também não seja exatamente “fácil”.

Até o momento, todos os trabalhos de desenvolvimento de ecranoplanos, tanto convencionais como voadores, não foram além da construção de modelos experimentais à escala completa.

Se os designers do Burevestnik conseguirem criar um veículo que possa ser produzido em série, mesmo em edições limitadas, isso será um sucesso comparável ao invento revolucionário de Robert Fulton, considerado o pai da embarcação a vapor.

 

Publicado originalmente pela Voz da Rússia

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