Empresários irão sugerir projetos de investimento para o Banco do Brics

Índia tem primeiro projeto aprovado para investimento pelo NBD

Índia tem primeiro projeto aprovado para investimento pelo NBD

Zuma/Global Look Press
Conselho Empresarial do grupo e Novo Banco de Investimento irão trabalhar em parceria. Um dos acordos já aprovados se refere à construção de hidrelétricas na Carélia.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), uma das principais instituições do Brics, trabalhará em estreita colaboração com o Conselho Empresarial do grupo de países emergentes. Executivos do banco reuniram-se, no início de abril, com membros do conselho em Nova Déli, na Índia, onde o NDB realizou sua segunda reunião anual.

Um acordo oficial está sendo elaborado para formalizar essa cooperação.

“O acordo deve ter caráter prático, e estamos prontos para participar de sua preparação, incluindo a criação de uma lista de projetos específicos”, disse Aleksandr Micharin, vice-presidente da corporação estatal Russian Railways, à Gazeta Russa.

“O trem de alta velocidade Moscou-Kazan pode ser um desses projetos e, mais tarde, se tornar parte do corredor de transporte Moscou-Pequim”, acrescentou o empresário.

A fundação da agência de classificação de crédito do Brics é outro objetivo urgente para o grupo de economias emergentes, segundo Vladímir Dmitriev, vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Rússia.

“Nenhum dos países do Brics está satisfeito com o fato de suas perspectivas de desenvolvimento serem avaliadas por outros países”, explicou Dmitriev.

Ainda durante a reunião, o conselho do NBD definiu uma nova estratégia de desenvolvimento para o período entre 2017 e 2021, além de um procedimento para a admissão de novos membros. O documento oficial com as alterações aprovadas no encontro será publicado até julho.

As iniciativas para desenvolver uma nova arquitetura financeira global, propostas pelos líderes do Brics na cúpula do ano passado, em Goa, vêm avançando. O plano dos países também inclui uma reserva de moeda estável para evitar que recorram a instituições dominadas pelos EUA, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Instituições como o NBD, o Acordo de Reservas de Contingência (CRA), uma espécie de fundo de estabilização econômica para ajudar países em crises financeiras, e o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, no qual China, Índia e Rússia são as maiores partes interessadas), aumentam a oferta de financiamento diante da grande demanda de capital pelos países-membros do Brics.

NBD em ascensão nos Brics

O NBD tem por objetivo apoiar o investimento em projetos de desenvolvimento sustentável, incluindo os setores de infraestrutura, economia verde, abastecimento de água e cidades inteligentes.

No último sábado (1º), o ministro das Finanças da Índia, Arun Jaitley, anunciou a aprovação do primeiro empréstimo do NDB para um projeto indiano – a construção de estradas em Madhya Pradesh.

“Com isso, o NBD deixará sua primeira pegada na Índia”, disse Jaitley. “Propusemos projetos no valor de 2 bilhões de dólares para financiamento pelo banco, e esperamos que eles sejam rapidamente aceitos pelo conselho”, acrescentou o ministro, durante o discurso na cerimônia de abertura da reunião em Nova Déli.

Por enquanto, o único projeto na Rússia financiado pelo NBD (juntamente com o Banco Eurasiático de Desenvolvimento) é a construção de duas pequenas centrais hidrelétricas na Carélia, a Beloporojskaya HPP-1 e a Beloporojskaya HPP-2.

Este projeto, no valor de 11,8 bilhões de rublos (US$ 209,5 milhões), deve ser concluído até o final de 2019; o Banco de Desenvolvimento do Brics concordou em fornecer dois empréstimos, no valor de US$ 50 milhões cada, para a sua conclusão.

A companhia estatal Russian Railways também está negociando um empréstimo de US$ 1 bilhão para a rota de trem de alta velocidade Moscou-Kazan.

No ano passado, o NDB também assinou memorandos de entendimento com o AIIB, com o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), com Banco Europeu de Investimento (BEI) e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), entre outros.

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