Banco do Brics promete investir US$ 600 milhões na Rússia

Kamath: "A moeda russa tem diversas vantagens na conjuntura atual"

Kamath: "A moeda russa tem diversas vantagens na conjuntura atual"

Reuters
Novo banco de desenvolvimento formado em 2014 pelas grandes potências econômicas emergentes —Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul— aumenta potência investidora nos países membros, principalmente por meio de projetos de infraestrutura e energia limpa.

Em 2017, o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics (NBD) pretende injetar de 500 a 600 milhões de dólares em projetos de infraestrutura para desenvolver o ambiente urbano e para melhorar a mobilidade e reduzir os engarrafamentos nas grandes cidades da Rússia.

O Novo Banco de Desenvolvimento do Brics foi criado pelos países-membros do bloco —Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul— em julho de 2014. Com sede em Xangai, a instituição pretende financiar projetos de infraestrutura nos territórios de seus membros e também em outras economias emergentes.

Abaixo, trechos da entrevista concedida pelo presidente do NBD, Kundapur Vaman Kamath, ao canal de televisão RT.

RT: O NBD pretende investir na Rússia? Quais são os projetos mais prioritários? 

Kundapur Vaman Kamath: Segundo as nossas estimativas, em 2017, a Rússia receberá cerca de US$ 500 a US$ 600 milhões do nosso Banco. Estamos realizando negociações com o governo russo sobre os investimentos em projetos de infraestrutura urbana, principalmente para reforçar a luta contra engarrafamentos, desenvolvimento dos transportes públicos de alta velocidade e modernização geral do sistema de transporte.

RT: Em 2016, o NBD emitiu títulos de dívida em yuans no valor de US$ 438 milhões. O banco pretende emitir títulos em reais (brasileiros) ou rublos (russos) também?

Kundapur Vaman Kamath: A prática do ano passado mostrou que a demanda pelas obrigações em moedas nacionais dos países do Brics é alta. Por isso, planejamos emitir novos títulos em yuans no valor de cerca de US$ 1 bilhão e em rúpias no valor de mais de US$ 500 milhões. Também estamos negociando com o governo russo sobre a colocação de títulos em rublos.

RT: Em 2016, o banco investiu US$ 1,5 bilhões nos países do Brics. Qual será o volume de empréstimos em 2017?

Kundapur Vaman Kamath: Pretendemos aumentar o volume total de empréstimos para um montante de US$ 2,5 a 3 bilhões. Esses fundos serão usados para financiar diversos projetos energéticos e de infraestrutura e para apoiar startups inovadoras. Ainda em 2017, pretendemos distribuir os fundos entre todos os membros da aliança —estamos na fase de formação das instituições bancárias, a nossa organização existe há apenas 18 meses.

RT: Os títulos em rublos são atraentes para o banco?

Kundapur Vaman Kamath: A moeda russa tem diversas vantagens na conjuntura atual. Primeiro, o fortalecimento do rublo em relação às moedas estrangeiras e sua resistência a diferentes choques econômicos e políticos aumenta sua popularidade entre os investidores. Segundo, o crescimento das bolsas russas (MICEX e RTS) indica a recuperação de seu mercado de ações. Assim, a Rússia será um mercado muito interessante para o NBD neste ano.

RT: Como o banco avalia o potencial de investimento dos países do Brics em 2017? Que países terão o menor e o maior fluxo de investimentos? Que setores econômicos são os mais atraentes?

Kundapur Vaman Kamath:Vamos tentar distribuir os investimentos equitativamente, no entanto, a China, que tem uma série de projetos de energia renovável, continuará a ser o principal parceiro do banco. No momento, estamos estudando as perspetivas da construção de usinas eólicas marítimas em várias províncias costeiras da China. Além disso, estamos implementando, desde o ano passado, uma série de projetos no território da Rússia. No final de julho de 2016, por exemplo, aprovamos a transferência de US$ 100 milhões para projetos de construção de miniusinas hidrelétricas na região de Karélia

Publicado originalmente pelo russian.rt.com

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