Brics destacam papel como ‘motor’ do crescimento global

Ao final do encontro, líderes posaram para foto oficial de mãos dadas

Ao final do encontro, líderes posaram para foto oficial de mãos dadas

Serguêi Guneev/TASS
Países ressaltaram necessidade de prosseguir com a parceria estratégica, sobretudo no âmbito econômico, e ampliaram a discussão sobre a luta contra o terrorismo. Em discurso de estreia, Temer falou sobre “ajuste fiscal amplo e sustentável” no Brasil.

Em reunião informal dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os líderes dos países destacaram os novos desafios econômicos impostos pelo cenário mundial e concordaram que o fortalecimento das bases financeiras do grupo continuará sendo um importante acelerador do crescimento econômico global.

“O crescimento econômico conjunto dos mercados emergentes e países em desenvolvimento é, talvez, uma das mudanças mais significativas no mundo moderno, e os países-membros do Brics são a força motriz desse processo, bem como importantes participantes do G20”, disse o presidente chinês, Xi Jinping.

Segundo o líder chinês, ao fortalecer o papel das economias emergentes e países em desenvolvimento, os Brics podem “consolidar a sua posição na estrutura de governança global”.

Em seu discurso, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, referiu-se ao grupo como uma “voz influente no discurso internacional”. “Faz parte, portanto, de nossa responsabilidade compartilhada moldar a agenda internacional”, disse.

“Como presidente do Brics [Índia assumiu a presidência rotativa do grupo em fevereiro de 2016], a reunião do G20 deve focar na construção de soluções responsáveis, inclusivas e coletivas”, acrescentou o premiê indiano, antes de destacar o cenário da próxima cúpula do Brics em outubro, em Goa.

“Vamos levar o Brics para fora das capitais e envolver pessoas de todas as esferas da vida. Vai ser uma oportunidade para aprofundar os nossos laços e com os países BIMSTEC [Bangladesh, Butão, Mianmar, Nepal, Sri Lanka e Tailândia].”

A reunião informal entre os líderes do Brics aconteceu no domingo (4) à margem da cúpula do G20, em Hangzhou, na China.

Estreia no Brics

O presidente da República, Michel Temer, que não tinha tido contatos oficiais com o russo Vladímir Pútin antes, apresentou aos demais líderes do grupo o “ajuste fiscal amplo e sustentável” que está sendo implantando pelo atual governo brasileiro.

O estímulo a investimentos em infraestrutura, por meio de concessões de estradas, aeroportos e ferrovias, foi um dos destaques da fala de Temer.

O presidente ressaltou também a importância de aprimorar o sistema multilateral de comércio, com o fortalecimento da OMC (Organização Mundial do Comércio), e reformas no FMI (Fundo Monetário Internacional) e no Banco Mundial.

O novo representante do Brasil foi saudado pelo homólogo chinês, que parabenizou-o pelo sucesso dos Jogos Olímpicos no Rio.

Não houve qualquer menção ao impeachment de Dilma Rousseff ou à posse de Temer no último dia 1º de setembro, quando o presidente também embarcou para a China.

Terrorismo em pauta

Os chefes de Estado do Brics também confirmaram que vão combater o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, em cooperação com outros países sob o papel central das Nações Unidas, segundo o Ministério dos Negócios Extrangeiros russo.

“A instabilidade no Oriente Médio transformou a região em uma plataforma para o terrorismo internacional, que ameaça todos os países, incluindo a Rússia”, disse o presidente russo Vladímir Pútin durante a reunião informal.

Segundo o presidente, guerras civis “provocadas de fora” e a desintegração das autoridades de Estado no Iraque, na Líbia e no Iêmen também desencadearam um fluxo descontrolado de migração.

“A expansão do Estado Islâmico e de extremistas de todo o tipo, que se uniram sob suas bandeiras, tornou-se um desafio real para a segurança”, destacou Pútin.

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