Brasil quer dobrar volume de comércio agrícola com Rússia

Para especialista, é impossível dobrar balança comercial contando apenas com aumento de exportações sozinho.

Para especialista, é impossível dobrar balança comercial contando apenas com aumento de exportações sozinho.

Péricles Barreto/Mapa
Ideia é apostar em curingas. Balança bilateral no setor hoje é de US$ 5 bilhões.

Na última quarta-feira (19), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Blairo Maggi, encontrou-se com o vice-ministro da Agricultura russo, Evguêni Gromiko.

Após reunião do 4º Comitê Agrário Brasil-Rússia, o secretário de relações internacionais de agronegócios da pasta brasileira, Odilson Ribeiro e Silva, declarou que os países pretendem dobrar o volume de negócios no setor de agricultura, passando de US$ 5 bilhões para US$ 10 bilhões em cinco anos.

Para alcançar o novo marco, Brasil e Rússia apostam em velhos filões. Enquanto Brasília se apoia na expectativa de aumentar a exportação de carnes (bovina, suína e de frango) e de lácteos para o mercado russo, Moscou coloca suas fichas no fornecimento de peixes, especialmente bacalhau, para o país latino-americano.

Três estabelecimentos de pescados russos já foram habilitados pelo Brasil, mas a Rússia quer que esse número chegue a 108.

“Hoje, o Brasil é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas ao mercado russo. Moscou compra carne, açúcar, frutas e tabaco brasileiros.  Mas a Rússia quase não exporta produtos agrícolas ao Brasil”, diz à Gazeta Russa o presidente da União Nacional de Exportadores da Rússia, Dmítri Bulátov.  

Assim, a tarefa de dobrar as trocas entre os dois países no setor do agronegócio é bastante ambiciosa.

“O crescimento das exportações brasileiras para a Rússia começou com o embargo de Moscou contra produtos agrícolas da União Europeia. O Brasil achou esse novo nicho no mercado russo e passou a aumentar as vendas para Moscou”, diz Bulátov.

“Mas é impossível dobrar o volume de negócios em cinco anos apenas aumentando as exportações de ambos os lados. O governo russo tem que promover seus produtos no mercado brasileiro. Além disso, a Rússia só importará produtos brasileiros que não tiverem concorrentes nacionais”, completa.

A próxima reunião do Comitê Agrário Brasil-Rússia será realizada em 2018, na Rússia.

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