Após impeachment de Dilma, Rússia reforça laços com Brasil

Apesar de afastamento, Dilma poderá se candidatar a cargos eletivos e exercer funções na administração pública

Apesar de afastamento, Dilma poderá se candidatar a cargos eletivos e exercer funções na administração pública

Roberto Stuckert Filho/PR
Em nota, chancelaria russa ressaltou legalidade do processo e o papel já exercido pelo recém-empossado presidente Michel Temer na construção de relações bilaterais.

O governo russo, por meio de nota publicada no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país, reiterou nesta quinta-feira (1º) sua posição neutra em relação ao processo de impeachment da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

Em nota, o órgão destaca a importância do respeito ao quadro constitucional e à legislação pertinente durante os desenvolvimentos, e urge para que a decisão não aprofunde as divisões na sociedade brasileira.

O comunicado também ressalta a parceria Brasil-Rússia no âmbito da ONU, dos Brics e do G20, agradecendo a contribuição dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, bem como do presidente Michel Temer, no desenvolvimento contínuo de laços entre os países.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta (31), por 61 votos favoráveis e 20 contrários, o impeachment de Dilma Rousseff sob a acusação de crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas “pedaladas fiscais” e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional.

Também foi decidido, por meio de uma segunda votação, que a ex-presidente poderá se candidatar a cargos eletivos e exercer funções na administração pública.

A posse de Temer foi realizada nesta quarta, no plenário do Senado.

Leia abaixo íntegra do comunicado publicado pela chancelaria russa:

O Senado do Brasil, por voto da maioria, decidiu pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. A posição de chefe de Estado pelo período até 31 de dezembro de 2018 vem então a ser ocupada pelo vice-presidente Michel Temer.

Confirmamos a continuidade e a consistência de nossa posição, que já fora declarada anteriormente. O que está acontecendo no Brasil é um assunto interno do país. É importante que todos os processos foram conduzidos estritamente dentro do quadro constitucional, em conformidade com a legislação nacional pertinente. Consideramos ser importante que o desenvolvimento dos fatos não agrave a divisão da sociedade.

Temos interesse em um Brasil estável, democrático e dinâmico, que desempenhe um papel importante na arena internacional. O Brasil é para nós um importante parceiro em política externa, comércio e economia. Cooperamos ativamente no âmbito das Nações Unidas, dos Brics e do G20, incluindo no processo de preparação das reuniões dos últimos dois grupos nos próximos dias em Hangzhou (China). A natureza construtiva das relações incluem os setores tecnológico, humanitário e cultural.

Apreciamos muito a contribuição significativa de L.Lula e D.Rousseff no desenvolvimento da cooperação russo-brasileira. Paralelamente, destacamos que M.Temer, enquanto vice-presidente do país, exerceu posição ativa como copresidente da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação (CAN). Nós acreditamos que o desenvolvimento contínuo das relações com a Rússia é apoiado por um amplo espectro de forças políticas no Brasil.

Nós, por nossa parte, iremos consistentemente trabalhar para fortalecer a parceria e a cooperação russo-brasileira.

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