Brasil e Rússia firmam termo para resgatar navio japonês

Navio trouxe primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, em 1908.

Navio trouxe primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, em 1908.

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Embarcação Kasato Maru trouxe primeiros imigrantes japoneses ao Brasil em 1908 e naufragou em águas russas em 1945. Expedição exploratória começa em maio deste ano.

Na terça-feira (23), o Paraná firmou mais um acordo com a Rússia, desta vez, para um projeto conjunto que irá resgatar peças do navio Kasato Maru. O navio japonês trouxe primeiros imigrantes japoneses ao Brasil em 1908 e, bombardeado, naufragou em águas russas em 1945.

Em Curitiba, o primeiro-secretário da Embaixada da Federação da Rússia no Brasil, Iúri Mozgovôi, ressaltou a importância do intercâmbio científico entre as nações na assinatura do termo, com representantes do Instituto Tecnológico e Ambiental do Paraná (Itapar) e da Sociedade Geográfica da Rússia (SGR).  

A expedição exploratória será iniciada em maio deste ano na Península de Kamchatka, onde o navio afundou, e envolverá universidades russas e brasileiras.

Estudantes e professores de universidades brasileiras serão convidados pelo Itapar para integrar o projeto.

Diversas entidades e órgãos governamentais da Rússia, além de pesquisadores de São Petersburgo, especialistas em hidrologia da Universidade Estatal de Moscou e Universidade de Kamchatka, além da Federação de Mergulho da Rússia, participam da empreitada.

O resgate das peças do navio está previsto para começar já entre julho e agosto deste ano.

Depois de resgatadas, as peças serão tratadas, catalogadas e certificadas pelo Ministério da Cultura da Rússia.

Antes da chegada prevista a Curitiba, em 2017, as peças serão expostas em museu na Rússia.

Os estudantes e professores russos e brasileiros farão também pesquisas na área ambiental e, posteriormente, publicarão artigos sobre suas descobertas em revistas científicas.

“Uma das peças poderá ser enviada para Kobe, pois foi do porto daquela cidade que partiram os imigrantes japoneses para o Brasil”, informou o presidente do Itapar, Acef Said, que tem origem japonesa  (a mãe nasceu em Osaka) e, desde 2011, trabalha para concretizar o projeto do Kasato Maru.

Segundo Said, o projeto de resgate das peças do Kasato Maru é um grande anseio da comunidade nipo-brasileira e representa todo o sonho, esperança e dedicação dos japoneses que vieram ao Brasil.

Foto: DivulgaçãoIúri Mozgovôi e Asef Said Foto: Divulgação

Ele ressaltou ainda o caráter científico do projeto e afirmou que foi fundamental o apoio da Embaixada da Rússia ao Brasil para se chegar à assinatura do termo de cooperação.

Nova página

Para o vice-presidente da Sociedade Geográfica Russa, Serguêi Fazlúllin, a expedição vai abrir uma nova página na história e nas relações entre o Brasil e a Rússia.

“Considero que o projeto que começamos a implementar seja muito feliz”, diz Fazlúllin

O projeto envolve também a Grã-Bretanha, pois o Kasato Maru foi construído na Inglaterra e comprado pela Rússia em 1900.

O termo foi assinado via Skype pelo presidente do Itapar, Acef Said, e pelo diretor executivo da SGR, Dmítri Aleksandrov  e o vice-presidente da entidade russa, Serguêi Fazlúllin, e contou ainda com a participação de Iúri Mozgovôi, que representou o embaixador da Federação da Rússia no Brasil, Serguêi Akopov.

O termo de cooperação teve a autorização do Ministério das Relações Exteriores da Rússia e do Ministério da Cultura da Rússia.

O projeto tem ainda apoio de diversas entidades representativas, dentre elas, a Câmara de Comércio Brasil-Japão.

O Itapar é a única entidade credenciada e autorizada pelo governo da Rússia a participar e coordenar a expedição científica de resgate das peças do Kasato Maru.

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