Fatia brasileira no mercado russo cai, apesar de potencial

A queda na substituição de produtos importados teve velocidade proporcional à da queda total de importações russas.

A queda na substituição de produtos importados teve velocidade proporcional à da queda total de importações russas.

Aleksandr Kriajev/RIA Nóvosti
Aumento esperado com troca de fornecedores após sanções a alimentos europeus ficou concentrado no Chile, entre sul-americanos.

A Rússia ainda não conseguiu substituir completamente as importações de alimentos europeus após o embargo instituído como resposta às sanções que o continente impôs ao país devido à crise ucraniana. Os fornecimentos foram redirecionados a outros países, apesar de exportadores tradicionais, como o Brasil, terem tido suas expectativas frustradas.

Quem teve o maior aumento de exportações à Rússia dos produtos da lista de embargados foi a Bielorrússia. Durante os cinco primeiros meses de 2015, o país exportou ao vizinho 916 mil toneladas de alimentos da lista de embargos. No mesmo período do ano anterior, o volume total foi de 568 mil toneladas.

Já o Equador, que expressou intenções de aumentar as exportações de frutos do mar, frutas, legumes e flores em agosto do ano passado, também não alcançou seus objetivos.

As importações russas provenientes do país caíram consideravelmente, de 577 mil para 532 mil toneladas. Como resultado, o Equador ficou em terceiro lugar na lista de fornecedores de produtos sancionados - apesar de tê-la encabeçado em 2014.

De acordo com o diretor-geral da consultoria Centro Internacional de Comércio de Moscou, Vladímir Salamatov, a queda na substituição de produtos importados teve velocidade proporcional à da queda total de importações russas.

“A crise financeira levou à redução do consumo interno, que afetou principalmente os produtos importados, cujos preços estão subindo devido à desvalorização do rublo”, explica Salamatov.

Queda brasileira

O Brasil, que foi caracterizado por economistas como potencial beneficiário do embargo russo, também não teve suas expectativas correspondidas.

Apesar do acordo de fornecimento de produtos lácteos, assinado no ano passado, e das esperanças de dobrar os fornecimentos de frango, o volume das exportações brasileiras à Rússia caiu: de janeiro a maio de 2015, 164 mil toneladas de alimentos brasileiros chegaram ao país, contra as 167,7 mil toneladas no mesmo período do ano anterior.

A China também apresentou queda, de 418 mil para 390 mil toneladas, apesar de suas intenções de aumento nas exportações de frutas e legumes.

Movimento similar foi verificado na Argentina, especialmente no fornecimento de carnes. Em 2015, o volume de importações argentinas à Rússia caiu mais de 30% em relação ao ano anterior, de 111 mil para 76 mil toneladas.

Publicado originalmente por RBC

 

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