Corporação aeronáutica fecha contrato para fornecer aviões de carga à Força Aérea russa

Foto: aviastar-sp.ru

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Corporação unificada de construção aeronáutica (CUCA, entidade estatal russa) fechou com o ministério da Defesa da Rússia um contrato para o fornecimento de 39 aviões de carga Il-76MD-90A à Força Aérea.

A corporação unificada de construção aeronáutica (CUCA, entidade estatal russa) fechou com o Ministério da Defesa da Rússia um contrato para o fornecimento de 39 aviões de carga Il-76MD-90A à Força Aérea. O valor do contrato, assinado por Anatóli Serdiukov (então ministro da Defesa) e o presidente da CUCA, Mikhail Pogossian, na presença do presidente Vladímir Pútin, pode chegar a 140 bilhões de rublos (cerca de US$ 4,5 bilhões).

Em entrevista exclusiva à agência de notícias ITAR-TASS, o presidente da empresa de aeronáutica Aviastar (sediada em Uliânovsk, na Região do Volga, e incorporada à CUCA), Serguêi Dementev, falou da empresa e dos problemas enfrentados atualmente pela indústria de construção aeronáutica nacional.

ITAR-TASS:O que diferencia o avião Il-76MD-90A do IL-76?

Serguêi Dementev: O Il-76MD-90 é uma versão profundamente modernizada do Il-76, desenvolvida pelo centro de construção aeronáutica Iluchin. Os novos sistemas de navegação, controle automático, comunicação e cockpit instalados na nova versão atendem aos altos padrões dos sistemas modernos e melhoram a segurança de voo, a navegação aérea e o desembarque. O novo motor, as asas modificadas e o chassi reforçado ampliam consideravelmente a capacidade operacional da aeronave. Essa é a primeira aeronave de carga completamente nova produzida pela indústria aeronáutica nacional nos últimos 20 anos e 80% das soluções tecnológicas utilizadas na aeronave são novas. Além disso, pela primeira vez, o projeto foi elaborado em formato eletrônico, sem o uso de papel e de acordo com modelos matemáticos.

I.T.:Quando ela começará a ser produzida em série?

S.D.: Entregamos dois protótipos para testes ao Instituto Central de Aero-Hidrodinâmica e colocamos três aeronaves em produção. Esse projeto, que não é o únicos em que trabalhamos, abre amplas perspectivas para a empresa e para toda a indústria aeronáutica nacional.

I.T:Passaram-se 22 anos desde o primeiro voo da aeronave Tu-204, considerada muito promissora na época. Quantos aviões desse tipo já foram construídos?

S.D.: 48 aeronaves de diversas versões operacionais: desde aviões de passageiros até aviões de carga, que são operados pelas companhias Vladivostok Avia, Red Wings, Cairo Aviation (Egito), Air China Cargo (China) e Cubana (Cuba).

I.T.:A versão mais recente é a Tu-204SM. Qual é seu perfil tecnológico?

S.D: Quase 80% de seu equipamento é novo. A aeronave está equipada com novos sistemas de navegação, comunicação de rádio e outros, que permitem que o avião seja dirigido por dois e não por três tripulantes.

I.T.: O senhor acredita que a empresa é capaz de competir com a Boeing e a Airbus nesse segmento de mercado?

S.D.: Essa aeronave se deparou com uma fortíssima concorrência por parte da Boeing e da Airbus. Se tivermos algum apoio do governo, saberemos concretizar esse projeto. Falamos sobre isso em uma reunião com o presidente Pútin após a apresentação do projeto do Il-76MD-90A.

I.T.:De qual tipo de apoio vocês precisam?

S.D.: Precisamos de uma encomenda por parte do governo. Espero que, até o final deste ano, tal encomenda seja feita.

I.T.:Há quem diga que a venda de aeronaves de produção nacional é complicada devido à imperfeição do sistema de serviços pós-venda em todo o seu ciclo de vida. Como, em sua opinião, esse sistema deve funcionar? Por que no Ocidente tais problemas não existem? Quem deve lidar com esses problemas na Rússia?

S.D.: Profissionais. Vou ser breve. Será impossível resolver sem a participação de desenvolvedores, fabricantes, operadores e do governo. Esse último deve regular o processo para garantir apoio tecnológico adequado e de baixo custo à aeronave. Para tanto, deve haver peças de reposição para que qualquer defeito possa ser eliminado, o mais tardar, 24 horas após ser detectado.

Originalmente publicado pela agência de notícias ITAR-TASS

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