Jubileu de diamante de Elizabeth 2ª vai contar com cavaleiros russos

Os cavaleiros da Escola de Equitação do Kremlin irão se apresentar durante as comemorações do jubileu de diamante da rainha Elizabeth II do Reino Unido. O correspondente da Gazeta Russa foi à aldeia de Putílkovo, a 70 km de Moscou, para assistir a um treino da cavalaria.

Fotos: Ruslan Sukhúchin

No dia do treino, o céu está cinza e coberto de nuvens, e chuvisca como se estivéssemos em Londres. Felizmente, somos conduzidos a uma arena coberta, onde os cavaleiros já estão se aquecendo e os cavalos recebem as instruções finais do treinador.

No show de equitação “The World comes to Windsor”, em comemoração aos 60 anos da coroação da rainha Elizabeth II, a Rússia será representada por uma equipe mista do grupo de cavalaria do Regimento Presidencial do Kremlin e da Escola de Equitação do Kremlin, composta por treze cavaleiros, entre os quais duas moças, e doze cavalos das raças russas Donskaia e  Budionovskaia.

A Escola de Equitação do Kremlin é um centro equestre moderno criado para resgatar as tradições e cultura de equitação entre a juventude russa e promover o esporte equestre como estilo de vida saudável. Em 2011, a equipe da Escola atuou no Festival Internacional de Música Militar Torre Spasskaia (Torre Salvador) na Praça Vermelha, em Moscou, onde foi observada e selecionada pela organização do show equestre no Reino Unido. 

Segundo Boris Petrov, diretor-geral da Escola de Equitação do Kremlin, o regulamento do show estabelece que a programação deve refletir a cultura e tradições do país participante.

Desse modo, a equipe russa levará a Londres alguns números de equitação acrobática dos cossacos – povo residente nas estepes no sul da Rússia conhecido por suas habilidades na cavalaria e bravura militar –, assim como números de dança e esgrima.

É difícil dizer quem está em uma forma melhor: os cavaleiros ou os cavalos. Nos treinos, todos trabalham com dedicação.

De acordo com a cavaleira Ângela, é necessário um ano, em média, para que o cavaleiro e o cavalo se conheçam bem e aprendam a trabalhar juntos.

A programação  para o evento foi preparada em quatro meses. “Só os melhores irão a Windsor!”, diz o capitão da equipe, Pável Poliakov, sorrindo.

Os cavaleiros e seus animais terão de percorrer 2.500 quilômetros para chegar a Londres, ou seja, dois dias de viagem. Os cavalos irão em carros especiais acompanhados por veterinários. Em Londres, a equipe terá quatro ou cinco dias para se adaptar e ensaiar sua programação.

A Europa será representada no festival por apenas três países: a França, Itália e Rússia.

Apresentação magistral

 

Ao toque dos sinos, aparecem cavaleiros vestidos de cassacos do Cortejo Equestre da Corte Imperial russa: túnica vermelha (cherkesska) e altos chapéus brancos de pele.

O show está começando. Os cavaleiros lançam seus cavalos a galope e começam seu truques, rolando debaixo do cavalo em pleno galope, desmontando e saltando no cavalo e cavalgando de pé em cima do cavalo com as rédeas soltas.

As moças não ficam atrás e cavalgam em posição de “avião” na garupa do cavalo ou cortam com um sabre cossaco afiado varas de madeira e garrafas de água.

O número que mais emocionou o público foi quando dois cavaleiros, um rapaz e uma moça, se esticaram como cordas e galoparam um em cima e o outro debaixo do mesmo cavalo.

A equitação acrobática é a parte mais espetacular da programação e o principal trunfo da equipe russa.

No passado, esses exercícios eram  obrigatórios para a formação militar dos cossacos e frequentemente usados pelos mesmos  em batalhas. Agora serão executados pelos cavaleiros russos perante a exigente audiência de Windsor.

Os cavaleiros simularam ainda um combate com piques e demonstraram o domínio do sabre cossaco.

De repente, um momento de ternura para demonstrar a plena confiança entre o cavaleiro e o cavalo. Três cavaleiros tiraram de seus cavalos as selas e outros acessórios, puseram neles apenas tiras de couro para conduzi-los e  mandá-los executar vários truques.

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