Mostras do Lago Vostok podem confirmar que vida se originou no espaço

Estação Vostok na Antártida Foto: RIA Nóvosti

Estação Vostok na Antártida Foto: RIA Nóvosti

Se nas amostras de água colhidas do lago primitivo Vostok, na Antártida, forem encontrados microorganismos desconhecidos, será confirmada a teoria de que a vida chegou à Terra a partir do espaço sideral.

Os cientistas russos estão a um passo de uma descoberta que já se compara em importância à chegada do homem à Lua. Se nas amostras de água colhidas do lago primitivo Vostok, na Antártida, forem encontrados  microorganismos desconhecidos, será confirmada a teoria de que a vida chegou à Terra a partir do espaço sideral.

“Eles (os microorganismos) nos darão a informação sobre o material biológico que podemos encontrar no lago. Durante milhões de anos, a água do lago não teve contato com a atmosfera da Terra. Por isso, lá a evolução poderia ter ocorrido de acordo com leis diferentes da Terra”, diz Valéri Lukin, vice-diretor do Instituto do Ártico e Antártida.

Os cientistas esperam poder encontrar nas amostras da água do lago Vostok microorganismos desconhecidos. Mas também considerarão importante encontrar ali micróbios já vistos em outros lugares, pois isso lhes dará razões para dizer que em Europa, lua de Júpiter, também há vida.

A lua Europa é considerada um dos satélites com mais probabilidades de possuir vida e também está coberta por uma camada de gelo, cuja espessura é de 100 km (na região do lago Vostok a camada de gelo tem espessura de 4 km). Supõe-se que a lua de Júpiter possui enormes oceanos subglaciais.

“Os cálculos mostram que, a uma profundidade de 80 a 100 km, o gelo deve se transformar em água líquida sob a ação de altas temperaturas e pressão”, afirma Vladímir Surdin, cientista sênior do Instituto Nacional de Astronomia Sternberg.

Essas condições são duras para a vida, caracterizando-se por grande pressão, falta de luz solar e radiação cósmica. Mesmo assim, os  microbiologistas não desanimam. As descobertas dos últimos anos mostraram que tais condições não impedem o desenvolvimento da vida.

“Agora sabemos que os organismos podem surgir na ausência de substâncias orgânicas e obter energia a partir de reações químicas.

Se a vida pode surgir em condições semelhantes às do lago subglacial, é muito provável ela existir também em Europa”, diz Elena Vorobiéva, cientista sênior da Faculdade de Ciências do Solo da Universidade Lomonóssov, em Moscou. 

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