Harmonia total

Dmítri Medvedev e Vladímir Pútin/Foto:Kommersant

Dmítri Medvedev e Vladímir Pútin/Foto:Kommersant

O primeiro-ministro russo Vladímir Pútin garante que os assuntos levantados pelo presidente Dmítri Medvedev em seu discurso no Fórum de Economia em São Petersburgo são posições comuns entre os dois mandatários do país. “Quero reiterar que esses tópicos são o nosso programa geral. Aqui não há posições distintas e o presidente Medvedev acertou em chamar a atenção dos russos, da comunidade internacional e dos círculos empresariais”, afirmou ele em entrevista coletiva realizada em Paris.

O primeiro-ministro russo Vladímir Pútin garante que os assuntos levantados pelo presidente Dmítri Medvedev em seu discurso no Fórum de Economia em São Petersburgo são posições comuns entre os dois mandatários do país. “Quero reiterar que esses tópicos são o nosso programa geral. Aqui não há posições distintas e o presidente Medvedev acertou em chamar a atenção dos russos, da comunidade internacional e dos círculos empresariais”, afirmou ele em entrevista coletiva realizada em Paris. 

No pronunciamento que fez no fórum, Medvedev prometeu implantar medidas que, segundo ele, são necessárias para o desenvolvimento do país: descentralizar o poder, fazer mudanças na equipe governamental, criar um Distrito Federal e continuar a luta contra a corrupção entre os funcionários públicos e os juízes. Além disso, o presidente anunciou uma nova política de privatização das propriedades estatais, propondo diminuir o controle da União sob a economia, cedendo espaço para o mercado. 

Ao ser perguntado se dava dar seu aval a essas teses, Pútin respondeu que já havia falado anteriormente sobre o assunto, em diversas situações e para vários auditórios.  “Se vocês olharem para o meu desempenho no passado recente, até remoto, todas essas teses já estavam formuladas. Esse é o nosso programa”, disse o primeiro-ministro. "Tudo isso também está no programa de desenvolvimento dos países até 2020.” 

De acordo com ele, a discussão se intensificou depois da criação de algumas empresas estatais. “Repeti várias vezes e quero dizer novamente: isso não está associado ao aumento das propriedades, mas à nossa intenção de reunir recursos isolados do Estado para elevar sua capitalização e depois tirá-las do mercado”, esclareceu Pútin.  

Ele lembrou que, no ano mais crítico da crise, grandes empresas privadas pediram ao governo russo para que o Estado comprasse suas propriedades. “Embora tínhamos plenas condições disso, não adotamos tal estratégia”, argumentou. “Fizemos uso de outros instrumentos para apoiar e preservar nossas grandes empresas privadas. E vamos continuar agindo da mesma forma”, concluiu Pútin. 

Mikhail Vinogradov, presidente do Fundo Política de Petersburgo, afirmou que as declarações dos dois governantes endossam as boas relações entre eles. Ele chamou o discurso do primeiro-ministro de “uma espécie de resposta à entrevista com Medvedev no 'The Financial Times', em que ele mostra a sua solidariedade em relação a Pútin”.  

O executivo notou que algumas das propostas do presidente russo foram bastante controversas e vagas em muitos aspectos. “E não é fato que Pútin realmente as apoia”, completou. Acrescentou dizendo que, apesar do apoio do primeiro-ministro à transição do país rumo a uma economia de mercado, foi justamente em sua presidência que se deu o auge do capitalismo de Estado. 

 
Para Aleksêi Tchesnakov, presidente do Conselho Público do partido Rússia Unida, as declarações do presidente e do primeiro-ministro falam melhor sobre suas posições do que a opinião de qualquer um dos atuais comentaristas políticos. Ele declarou que, nas questões estratégicas, eles estão “100% de acordo” e que Pútin “exigiu repetidas vezes menos influência do governo na economia”.  

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