Khodorkovski ficará preso até 2016

Fã segura quadro com foto do Mikhail Khodorkovski/Foto:AFP PHOTO

Fã segura quadro com foto do Mikhail Khodorkovski/Foto:AFP PHOTO

Mikhail Khodorkovski, o prisioneiro mais polêmico da Rússia, teve sua pena por fraude e sonegação fiscal reduzida, mas não deve ter esperanças de andar pelas ruas tão cedo. Nesta terça-feira (24), o Tribunal de Justiça de Moscou decidiu que o empresário e seu sócio Platon Lebedev vão ficar presos até 2016, diminuindo em um ano a pena determinada em dezembro, de acordo com a agência de notícias RIA Novosti.


Antes de determinar a redução da pena, o tribunal ouviu o apelo dos advogados de Khodorkovski e Lebedev, que estão atrás das grades na Sibéria desde 2005. Eles já haviam passado dois anos em prisão preventiva e foram condenados no fim do ano passado por outros atos fraudulentos, resultando na extensão da prisão até 2017. 

 

 

O recurso judicial contra a segunda condenação foi rejeitado, eliminando-se as esperanças de que eles pudessem ser soltos ainda neste ano. A dupla ficará atrás das grades mesmo após a próxima eleição presidencial, em março do ano que vem. Isso alimenta suspeitas de que a detenção de Khodorkovski tenha motivações políticas, já que ele está financiando partidos da oposição.

 

 

Além disso, o tribunal decidiu encerrar um processo criminal relacionado a acusações de roubo de ações da VNK, uma das filiais da petrolífera russa Yukos, então controlada por Khodorkovski e Lebedev, após um polêmico leilão em 1997.

 

 

De acordo com a legislação russa, quando um processo é arquivado, o suspeito não é considerado culpado, mas também não é absolvido das acusações. Os dois empresários, porém, queriam que o caso fosse reaberto.

 

 

‘A Rússia já tolerou o bastante”



Em um discurso que fez no tribunal, Khodorkovski novamente criticou as autoridades russas, afirmando que a sociedade está cansada de tanto desprezo pelo Estado de direito.

 

 

 “Todos sabem a posição de muitos moscovitas em relação a este órgão. No entanto, parece que as decisões do tribunal e a suas atitudes perante a sociedade são intencionalmente provocativas”, disse, segundo declaração presente no site khodorkovsky.info.

 

 

“Vocês não devem nos desprezar. Já toleramos o bastante. Estamos fartos de arbitrariedade e de mentiras. Não suportamos mais indivíduos que aceitam subornos e vigaristas que estão no poder e não reconhecem quaisquer regras ou autoridade!”, afirmou.

 

 

Ainda durante o discurso, Khodorkovski disse que “não existe Estado de direito se não houver um Poder Judiciário honesto. Nosso povo já pagou a ausência de um Estado de direito com milhões de vidas. Basta! A banalização da lei é o caminho para aniquilarmos o futuro do país. Isso é traição e não existe perdão para tal ato”.

 

 

Fim do caso VNK



O procurador Valeri Lakhtin disse na terça-feira (24) que o tribunal deve reconhecer que a quantidade de petróleo supostamente roubada da Yukos pela dupla foi de 129 milhões de toneladas a menos à que foi originalmente citada na acusação. Durante o seu discurso, Khodorkovski disse que as acusações contra ele e a sentença não possuíam nenhum fundamento.

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