Baikal, lago mais profundo do mundo

Do xamanismo ao rafting e à canogem. As atrações do Baikal levam cada vez mais turistas ao lago, que desde 1996 é Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco.

Fotos:Fotobank_Lori



 

 

Localizado no extremo sul da Sibéria, longe dos destinos turísticos mais convencionais, o Baikal impressiona os visitantes com seus 31,5 mil quilômetros quadrados de charme natural e paisagens únicas, cheias de espécies de flora e fauna que só existem ali. Além da nerpa, um tipo raro de foca, e do delicioso peixe omul, muito popular na culinária local, o lago guarda 20% de toda a reserva natural de água doce do mundo e é considerado o mais profundo do planeta, chegando a 1.750 metros em alguns pontos.

Depois de ter sido colocado na lista dos Patrimônios Mundiais da Humanidade da Unesco, o local tornou-se alvo de expedições científicas e de turistas, que, normalmente, vêm pela ferrovia Transiberiana, descem do trem na capital local Irkutsk e chegam ao confortável e cada vez mais desenvolvido povoado de Listvianka (localizado a 65 km de Irkutsk).

Os turistas, geralmente europeus e japoneses, costumam aparecer na região entre julho e agosto, para evitar o frio. Nessa época, o clima é ideal para caminhadas, passeios de bicicleta, canoagem, acampamento e pesca. E também para uma das principais atrações do local:  a tradicional “bania”, uma sauna no tradicional estilo russo.

Mas quem gosta do inverno pode desfrutar de um passeio de trenó puxado por cães ou pescar sobre o lago, cuja superfície fica completamente congelada nesse período.

Olkhon


Localizada a aproximadamente 320 km ao norte da capital da região, Olkhon é uma área que manteve sua natureza selvagem. A ilha é a maior dentre as 27 que o lago possui e, para se chegar até ela é preciso pegar um táxi especial ou um ônibus partindo de Irkutsk. As estradas deixam muito a desejar, por isso a jornada dura meio dia e só termina com a balsa que desembarca no maior povoado da ilha, Khujir. Quem se aventura, porém, nunca se arrepende.

O tempo parece ter parado na ilha, onde a eletricidade só chegou em 2005 e  1,5 mil habitantes estão a salvo da vida agitada e estressante de qualquer cidade.

Devido a sua localização, Olkhon é o lugar perfeito para encontrar antigos habitantes da Buriátia e siberianos típicos, que são considerados diferentes dos outros russos pela sua maior exposição aos elementos naturais. Eles se sentem orgulhosos de viver em harmonia com a natureza, respeitando sua força e tradição. Os buriates locais, por exemplo, veneram a pedra de Shamanka (localizada na costa oeste de Olkhon), uma das muitas áreas nos arredores do Baikal que são consideradas sagradas.

O consequente aumento do número de turistas, no entanto, vem causando receios quanto à depredação do meio ambiente e da cultura pelos visitantes. Por isso, os turistas são aconselhados a respeitar as crenças locais e a evitar tirar fotos do xamã ou destruir os artefatos sagrados, como marcações especiais nas árvores e oferendas de roupas e moedas.

De qualquer maneira, Olkhon oferece aos visitantes um cenário bastante diverso. Montanhas íngremes preenchem sua costa oriental, enquanto, em outros pontos, os turistas exploram florestas, estepes e até mesmo um pequeno deserto.

Hospedagem

Para desfrutar de tudo isso, uma área com hospedarias foi montada e uma infinidade de albergues recebe turistas de todas as partes do mundo, sendo o mais famoso deles a Hospedaria do Nikita, comandada pelo morador e preservador ambiental Nikita Bentcharov.

A ilha também possui um museu, áreas de lazer para crianças, uma livraria com materiais em inglês e em alemão e até mesmo um pequeno zoológico.

Abundância

O albergue de Bentcharov contraria o velho estereótipo russo e não recebe os turistas com vodca à vontade. Ali, bebedeiras não são bem-vindas, mas, em contrapartida, os turistas são recebidos com deliciosos pratos típicos da culinária siberiana, abundantes no tamanho das porções e na variedade. 

Os viajantes acostumados com Moscou são surpreendidos pelos preços locais: por 750 rublos (cerca de R$ 40) é possível reservar uma tradicional cabana siberiana com direito a três refeições por dia. E se optar por um dos diversos passeios de Nikita pela ilha, ganha-se ainda um generoso almoço.

O aumento do turismo chegou a saturar o local, principalmente em relação a hospedagens, mas Bentcharov contornou o  problema, recomendando aos hóspedes também regiões vizinhas. Tudo para evitar que a já tradicional hospitalidade da ilha se transforme em uma verdadeira relíquia.

7motivos para visitar o Baikal

1   É o maior, mais profundo e mais antigo lago de água doce do mundo.

2   Tem 848 espécies de animais nativos e 133 espécies de plantas.

3     É o lugar ideal para ecoturismo e caminhadas, rafting, natação, canoagem, passeios de bicicleta ou a cavalo, pesca...

4   Quem quer só descansar, curtindo o visual à beira do lago, pode se ajeitar em confortáveis tendas ou barracas, que são alugadas por ali mesmo.

5   É um ponto de encontro de diferentes crenças: pode-se tanto assistir aos rituais de dança dos xamãs siberianos como meditar no monastério budista local.

6   É considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco desde 1996.

7   O Baikal foi um dos candidatos ao título de Sete Maravilhas da Natureza em 2008.

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