Rússia cria fundo de US$ 10 bilhões para atrair investimentos estrangeiros

O presidente Dmítri Medvedev cumprimenta o presidente e o diretor geral da Goldman Sachs Lloуd Blankfein durante reunião na residência do chefe de Estado russo, Gorki, que fica nos arredores de Moscou/Foto:Reuters

O presidente Dmítri Medvedev cumprimenta o presidente e o diretor geral da Goldman Sachs Lloуd Blankfein durante reunião na residência do chefe de Estado russo, Gorki, que fica nos arredores de Moscou/Foto:Reuters

O governo russo planeja criar um fundo de US$ 10 bilhões para atrair investimentos privados ao país junto às principais companhias do mundo. Também contratou o banco americano de investimento Goldman Sachs para administrar o projeto, de acordo com o jornal britânico Financial Times, que citou fontes familiarizadas com a situação.

Segundo as fontes da publicação, a iniciativa para criar o fundo veio diretamente do presidente russo Dmítri Medvedev. Entre as empresas que foram convidadas a integrar o projeto, estão a Apollo Management, a Blackstone e a Carlyle. As companhias ainda estão decidindo a respeito de sua participação. A Rússia também apresentou uma proposta semelhante aos prósperos fundos do Oriente Médio. Até o presente, a maioria dos fundos de capital privado tem sido muito discreta no que diz respeito a investimentos na Rússia, diz o jornal.

Simultaneamente, as autoridades russas criaram um conselho consultivo para lidar com a transformação de Moscou em centro financeiro internacional. Este órgão vai incluir o CEO da Goldman Sachs, Lloyd Blankfein; o fundador da Blackstone, Steve Schwarzman; o representante do JPMorgan Chase Jamie Dimon; e o CEO do Bank of America, Brian Moynian. Também estarão lá representantes das empresas BNP Paribas e UniCredit.

O jornal lembra que a Carlyle tentou investir duas vezes na Rússia durante a última década, mas foi forçada a abandonar esses esforços. Em uma conferência em Berlim, no dia 1º de março, um dos fundadores da companhia, David Rubenstein, declarou que o retorno dos investimentos na Rússia é incompatível com os riscos. "A Rússia está menos atraente do que os outros países do BRIC", disse ele na época.

A data exata de início dos trabalhos do fundo ainda não foi estabelecida, mas se espera que o primeiro-ministro russo, Vladímir Pútin, irá anunciá-la no fim de março.

O representante do vice-primeiro-ministro Igor Shuvalov confirmou que a discussão sobre a criação do fundo está bem encaminhada, mas não quis dar nenhum detalhe. A Goldman Sachs também se recusou a fazer comentários ao Financial Times.

O secretário de imprensa do primeiro-ministro russo, Dmítri Peskov, também confirmou à RIA Novosti que as autoridades russas pensam em criar um fundo especial para atrair investimentos estrangeiros. "O tema está realmente sendo discutido", disse ele.

Vale recordar que, em discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, no mês de janeiro, Medvedev prometeu que a Rússia criaria um fundo soberano especial em pouco tempo. O fundo dividiria os riscos com investidores estrangeiros em projetos conjuntos de modernização da economia russa.

O presidente falou pela primeira vez sobre a criação do fundo em um fórum em São Petersburgo, realizado no ano passado. Propostas para o fundo estavam sendo preparadas por peritos do ministério da Economia e representantes de bancos de investimento após terem sido previamente discutidos com o vice-primeiro-ministro Igor Shuvalov. Suspeitava-se de que um dos participantes do fundo poderia ser o banco Vnesheconombank.

O assessor presidencial Arkádi Dvorkovitch afirmou em janeiro que o objetivo fundamental do fundo era a realização de investimentos conjuntos de recursos do Estado e de investidores estrangeiros. O projeto já foi discutido com os representantes dos fundos.

"Eles acreditam que, com os riscos sendo divididos com o Estado, os investidores estarão mais dispostos a topar a empreitada", disse ele. O fundo será usado para ajudar no financiamento de projetos de empresas russas. Dvorkovitch calcula que o fundo vai atrair mais dinheiro do que o Estado conseguiria e "a proporção crescerá a favor dos investidores estrangeiros".

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