Os atalhos para a Reserva de Lénskie Stolbí, na Iakútia

A ligação de Moscou a Iakutsk, capital da região, pode ser feita de avião. Há barcos de Iakutsk a Lénskie Stolbí, precisamente onde o percurso que fica na memória dos turistas, pois a beleza destas terras é fascinante.

  

Foto: Ivan Deméntievski

A superfície da Iakútia equivale à de todos os países da Europa Ocidental no seu conjunto. Seu cartão de visita é, por direito, a conhecida reserva natural Lénskie Stolbí (Pilares do Rio Lena), patrimônio da Unesco desde 2012.

A viagem até à reserva é cansativa, embora bela. A ligação de Moscou a Iakutsk, capital da região, pode ser feita de avião. O preço do bilhete varia de 8.000 a 10 mil rublos (de cerca de US$ 251 a US$ 313), e o tempo de voo é de sete horas.

Para consultar os horários de partida dos grupos para Lénskie Stolbí, acesse Visit Yakutia: 

http://visityakutia.com/1-day-yakutsk-lena-pillars-nature-park-tour-in-september/ 

ou Heart of SIberia: 

http://en.planetyakutia.com/tours/tours/

Há barcos de Iakutsk a Lénskie Stolbí. É precisamente esta parte do percurso que fica na memória dos turistas, pois a beleza destas terras é fascinante. O custo desta parte da viagem, num pequeno navio ou barco a motor, é de 350 rublos (cerca de US$ 11) por pessoa. No entanto, pode-se optar por uma embarcação particular, que sai por 4.000 rublos (cerca de US$ 125) a hora. Para saber mais detalhes basta acessar o site oficial (em inglês) do parque natural: lenskiestolby.ru/English

Estrada Iamschítski

Outra opção é chegar pela cidade de Pokrovsk, na região de Khangalás, e, de barco a motor, ao parque natural. Por aqui passava a estrada Iamchitski (“iamschikí” eram os cocheiros das carruagens de passageiros e postas ao serviço estatal nos tempos dos czares), muito provavelmente desde os tempos da fundação da própria cidade de Iakutsk. Desses tempos chegaram aos nossos dias apenas casas em ruínas e pequenos cemitérios onde eram sepultados os que morriam na viagem. Há pedras tumulares que conservam até hoje restos de inscrições. Consta que descendentes dos “iamschikí” continuam a habitar algumas aldeias. Reconhecê-los é fácil: não se parecem com os iacutos e têm olhos claros.

Tukulani

O rio Lena é soberbo. Ao descê-lo, perde-se de vista a margem contrária. Por vezes, parece ver-se terra do outro lado, mas trata-se de ilhas que emergem no meio do rio, sendo algumas tão grandes que possuem o seu próprio microclima. Isto explica porque, em algumas delas, existam verdadeiros desertos. Os iacutos locais chamam-lhes “tukulani”, o que na língua evenki significa areias.

Após uma zona de obstáculos nas margens pantanosas, inicia-se uma subida a partir da qual se avista a areia. Salta aos olhos como o deserto ataca a floresta, derruba árvore após árvore, deixando um rastro de troncos negros e secos. Se não fosse a floresta na linha do horizonte, tenderíamos a julgar que estávamos no Saara –o sol queima implacavelmente tudo o que tem vida, apenas alguns pequenos arbustos e flores teimam em agarrar-se à superfície.

O clima em volta de Stolbí é continental, comum nestas paragens. No inverno, o termômetro pode descer aos 35º negativos, enquanto no verão pode alcançar os 40º positivos, o que é habitual por aqui. O rio umidifica o ar, o que torna os invernos frios e os verões abafados.

Lénskie Stolbí

Depois de uma parada nos desertos de Iakútia, progredimos pelo rio Lena até Lénskie Stolbí. De início, veem-se aqui e ali algumas rochas em ambas as margens. Depois, surge uma parede ininterrupta de colunas de pedra roídas pelo vento que se estica até à linha do horizonte. Passada meia hora, por fim, avistamos os “pilares do rio Lena” em todo o seu esplendor.

Rochas de arenito vermelho, por vezes cobertas de vegetação, refletem-se no caudaloso rio, penhascos de calcário cinzento inclinam-se para a água, camadas de quartzo rebrilham ao sol. Muitas destas rochas são impossíveis de escalar, mas na reserva existem miradouros, de cerca de cem metros de altura para estender a vista pelos arredores e o grande rio siberiano.

O Parque Natural propõe aos visitantes excursões de um ou dois dias com guias que falam russo ou inglês, de modo a que se possa apreciar o relevo único, conhecer a flora local e ouvir histórias sobre a fauna que aqui habitou desde sempre.

 

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