Cinco roteiros de turismo geológico nos Urais

Na exposição, é possível encontrar acessórios profissionais usados pelos garimpeiros um século atrás Foto: Lori / Legion Media

Na exposição, é possível encontrar acessórios profissionais usados pelos garimpeiros um século atrás Foto: Lori / Legion Media

Os mineralogistas estrangeiros e nacionais, os aficionados por pedras e os viajantes comuns que se interessam por história podem explorar as emergentes trilhas turísticas da faixa em que se concentram as gemas nos Urais.

No século 19 e no início do século 20, a Rússia era líder no mercado mundial de pedras coloridas e preciosas. A região dos Urais tornou-se famosa graças às gemas coloridas como malaquita, rodonita, esmeralda, demantoide, alexandrita, topázio, turmalina, ametista e cristal de rocha. Até hoje, os Urais estão entre os principais fornecedores de matérias-primas para a indústria de joias.

A Gazeta Russa selecionou os cinco destinos de turismo geológico mais interessantes na região.

Jazida de ouro de Berezovski 

Na "pátria do ouro russo", situada na cidade de Berezovski, que fica a 15 km de Iekaterimburgo, o "diabo amarelo" foi encontrado 150 anos mais cedo do que em Klondike, glorificada por Jack London. E uma corrida do ouro ocorreu no início do século 19 precisamente nos Urais. O ouro da jazida de Berezovski segue para os cofres do país há mais de 260 anos.


Foto: Tatiana Andreeva

No verão, os turistas são convidados a tentar a sorte e desvendar os segredos do garimpo artesanal, ou seja, lavar manualmente a areia e encontrar o "ouro dos turistas", a pirita. Em Berezovski, há dois museus do ouro: um público e um privado. Na exposição, é possível encontrar acessórios profissionais usados pelos garimpeiros um século atrás, se familiarizar com os mapas das jazidas de ouro de meados do século 19 e ver a riquíssima coleção de minerais e amostras de rochas que contêm ouro. E, em seguida, passar por uma capacitação sobre segurança e descer até a mina de treinamento. Os viajantes mais radicais podem contratar uma descida para a mina “Severnaia” (do Norte), que fica a uma profundidade de 512 metros.

Minas de esmeraldas Mariinskie


Foto: Tatiana Andreeva

Uma singular jazida de esmeralda e berílio situada nas proximidades do povoado de Malishevo, a cerca de 60 km de Iekaterimburgo, é a maior da Rússia e da Europa e uma das três maiores jazidas de esmeraldas do mundo, depois das colombianas e brasileiras. Diz-se que precisamente ali, na região dos Urais, nas montanhas Riphean, é que eram extraídas as esmeraldas dos "citas".

Embora na prática mundial as excursões são realizadas basicamente em jazidas já esgotadas, a jazida dos Urais foi explorada em apenas 50% a 60%. Geralmente, os turistas vão ao lugar onde foram encontradas as primeiras esmeraldas, caminham pelo mirante da pedreira e participam de aulas master sobre processamento de gemas na oficina de lapidação. E o mais importante, armando-se com picaretas, eles próprios vão extrair dos despejos da lendária mina de Mariinski uma amostra colecionável para guardar como lembrança. Realmente existe a possibilidade de, por acaso, encontrar ali não só berilos, mas também esmeraldas ou alexandrita. Isso está associado às peculiaridades da tecnologia de extração de esmeraldas da rocha mãe. Provavelmente por isso os despejos são chamados de "campo dos milagres". Ou "campo dos tolos".

É claro que a lei permite que os visitantes procurem apenas as gemas que têm permissão de ser tiradas do país: berilo, fluorita, quartzo, actinolita, turmalina, feldspato, biotita e muscovita. Mas os garimpeiros estrangeiros terão que obter permissão da “Rozokhrankulturi” (Serviço Federal de Supervisão da Legislação em Comunicação Social e Proteção do Patrimônio Cultural) para levá-las para fora do país.

Reserva Mineralógica Natural de Rezh (Rezhevskoi)


Foto: Tatiana Andreeva

Rezh é o centro geográfico da faixa em que se concentram as gemas nos Urais. Ali, o lugar mais incrível é a Reserva Mineralógica Natural, destinada a proteger mais de 60 minas antigas e modernas. Nas entranhas da Terra se ocultam quartzo fumê, fuchsita, limonita, opala, ágata, berilo, calcedônia, ametista, topázio, esmeralda, turmalina e outras gemas. Ali também existem dois museus e um lago. Nas imediações da cidade, jorra a Fonte Proboinii (Fonte da Ruptura), uma nascente conhecida desde meados do século 17. Segundo a lenda, essa fonte surgiu após a queda de um raio.

Jazida de topázios, berilos e turmalinas de Murzinka (Murzinskoie)


Foto: Tatiana Andreeva

O negócio de corte e lapidação de pedras na Rússia começou no povoado de Murzinka. A faixa de gemas de Murzinka, situada no nordeste da região Central dos Urais, é o maior complexo de jazidas de pedras preciosas. Ao todo, são 70 minas. Ali pode ser encontrado berilo, topázio, turmalina, ametista, morion, cordierite, corindo, rubi, água-marinha, granada e cristal de rocha.

Geralmente, os viajantes vão até lá para visitar as antigas minas de gemas, por exemplo, aquelas onde extraíam ametista, e também dão uma espiada no Museu Mineralógico Fersman, no qual estão reunidas quase todas as variedades de gemas dos Urais. Ali, pode-se lavar a rocha e, com sorte, encontrar nela um mineral valioso.

Pedreira de Asbestovsk (Asbestovskii)


Foto: Tatiana Andreeva

A pedreira de Asbestovsk é a maior da Europa, lembra mais uma enorme e mística cratera lunar do que uma instalação industrial. Nela, até os trens parecem de brinquedo. Ela surgiu após a fusão de duas antigas pedreiras e atualmente o seu comprimento total é de 11 km e a profundidade chega até 350 m. A jazida de amianto crisotila de Bazhenovsk (Bazhenovskoie) explorada ali é a maior do mundo. O amianto dos Urais é conhecido pela singular amplitude do conjunto de fibras. A propósito, o amianto é a única pedra da qual se pode tecer uma corda. Nos despejos é possível coletar amostras dessa pedra peculiar.

 

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