Caverna Kungur, nos Urais, encanta 90 mil turistas por ano

Um dos lugares mais bonitos da caverna está localizado bem na entrada: as grutas Diamante e Polar Foto: wikipedia.org

Um dos lugares mais bonitos da caverna está localizado bem na entrada: as grutas Diamante e Polar Foto: wikipedia.org

Beleza das grutas e a conveniente localização fizeram desta caverna a atração mais visitada dos Urais. Seu comprimento é de 5,6 km, dos quais 1,5 km estão equipados para a visitação de turistas.

A Caverna de Kungur, incluída na lista das dez mais impressionantes cavernas do mundo da revista “Forbes”, recebe anualmente cerca de 90 mil visitantes.

A beleza das grutas e a conveniente localização fizeram desta caverna a atração mais visitada dos Urais. Seu comprimento é de 5,6 km, dos quais 1,5 km estão equipados para a visitação de turistas. As excursões pela caverna começaram a ser realizadas há mais de cem anos. De acordo com as recordações dos pioneiros, às vezes, para alcançar as suas grutas era necessário abrir caminho através do gelo acumulado durante várias horas. Os primeiros visitantes realizavam o percurso sob as abóbadas subterrâneas à luz de tochas, amarrando-se com cordas, transpondo bloqueios de pedras e assustando os morcegos, seus tradicionais habitantes.

Seguindo os passos dos pioneiros

Hoje, os turistas penetram na caverna através de um túnel aberto artificialmente. Quanto mais fundo na montanha, mais aumenta o frio. Visitando o local no verão, é possível experimentar plenamente o contraste: na rua vigora um calor intenso, os penhascos de gesso se mostram de um branco brilhante à luz do sol, na atmosfera abafada paira o aroma das ervas da pradaria. Mas basta abrir a porta maciça que dá para o subterrâneo para que de lá comece a soprar o inverno do Ural.

Um dos lugares mais bonitos da caverna está localizado bem na entrada: as grutas Diamante e Polar. As grossas camadas de gelo, acumulado por muitos anos, cintilam à luz dos holofotes, lembrando uma cachoeira congelada. As abóbodas estão recobertas por grandes cristais. Eles formam cachos fantasiosos que crescem tanto que, às vezes, desabam sob o seu próprio peso. Nesse mesmo local, as famosas colunas de gelo, as estalagmites, se projetam a partir do solo.

Um milagre da natureza

Na caverna de Kungur existem, ao todo, 48 grutas. Cada uma delas possui a sua própria história e um nome exclusivo. As salas Coral e Fundo do Mar, por exemplo, adornadas com uma renda de pedra, foram esculpidas pela água por 12 mil anos. Na Gruta do Meteoro, surge diante dos olhos a ilusão de que enormes corpos celestes repousam debaixo da terra.

Acredita-se que a caverna sob a montanha de gelo é uma das mais estudadas na Rússia. Ali, foram abertas trilhas e reforçadas as abóbadas. Também foi instalada eletricidade e montados os holofotes.

Apesar disso, a caverna ainda presenteia os pesquisadores com surpresas. Assim, no ano passado, os cientistas do Instituto de Mineração da Academia de Ciências Russa descobriram um novo mineral, que, anteriormente, nunca havia sido encontrado na Rússia. Já um grupo de espeleólogos que estavam explorando a zona protegida da caverna de Kungur descobriu uma galeria subterrânea tomada pela água.

Os mitos do subterrâneo

  

Foto: wikipedia.org

Para penetrar na gruta Central é preciso subir os degraus escorregadios de gesso denominados de Lágrimas de Dama. Eles receberam esse nome porque, em 1914, a gruta foi visitada pela princesa alemã Victoria von Battenberg, acompanhada de sua filha Louise. A moça escorregou neles e desatou a chorar. Desde então, existe a lenda de que a jovem que machucar o seu joelho nesses degraus conseguirá encontrar o seu príncipe encantado.

De acordo com uma das lendas, foi precisamente na montanha de gelo que o líder cossaco Ermak passou o inverno juntamente com o seu exército e escondeu o seu tesouro na caverna. O local onde supostamente o destacamento montou o seu acampamento é chamado de Assentamento de Ermakov. No entanto, não há provas confiáveis que confirmem essas informações.

O ar com propriedades curativas

A árvore de Natal, colocada no subterrâneo pelos funcionários da caverna de gelo de Kungur, pode permanecer lá, sem desfolhar-se, por mais de um ano e meio.

Os cientistas destacam que o estrato rochoso, de 80 metros de espessura, purifica o ar que penetra nas grutas através das rachaduras como o filtro mais eficaz. Como resultado, a atmosfera da caverna possui propriedades curativas: ela apresenta uma composição especial, é absolutamente limpa, sem micróbios nem poeira.

Ali, o organismo que acumula alérgenos descansa. Além disso, o ar da caverna contém uma grande quantidade de íons carregados negativamente e de dióxido de carbono, que têm um efeito rejuvenescedor. Até os turistas comuns, que seguem o itinerário ao longo de uma hora e meia, percebem um efeito positivo sobre o seu organismo.

Essas propriedades do ar em formações cársticas já são utilizadas nas cavernas da República Tcheca, da Eslováquia e da Espanha para o tratamento da asma e outras doenças dos órgãos respiratórios.

Como chegar

É possível chegar na caverna sozinho, utilizando o trem até a estação da cidade de Kungur ou seguindo de carro pela autoestrada Perm-Iekaterinburgo. Da cidade de Perm os turistas são transportados de maneira organizada, em ônibus, até a entrada com a inscrição Montanha de Gelo.  A viagem de Perm até a Kungur leva uma hora e meia.

No verão, é indispensável levar roupas quentes, porque a temperatura no interior da caverna é significativamente mais baixa do que na superfície. Mas o melhor é visitar a caverna em fevereiro ou março, porque nessa época as estalagmites e as estalactites sazonais alcançam os mais impressionantes tamanhos e formas, decorando as abóbodas da caverna.

Hospedagem

Bem em frente da Montanha de Gelo existe um complexo turístico, o Stalagmit, onde é possível descansar da viagem, inscrever-se para uma excursão pela cidade ou para praticar rafting no rio Silva.

 

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