Confira dicas para curtir um final de semana na casa de Tolstói

Iásnaia Poliana é local onde nasceu o escritor russo Lev Tolstói Foto: RIA Nóvosti

Iásnaia Poliana é local onde nasceu o escritor russo Lev Tolstói Foto: RIA Nóvosti

Local proporciona mergulho no mundo do escritor, cuidadosamente guardado por seus descendentes

A 200 quilômetros ao sul de Moscou fica Iásnaia Poliana, local onde nasceu o escritor russo Lev Tolstói. O verão é a melhor época para desfrutar de uma paisagem russa clássica e mergulhar no mundo do escritor, cuidadosamente guardado por seus descendentes.

Sábado

9h-10h: Iniciamos conhecendo um pouco da vida dos habitantes locais em um pequeno restaurante chamado Preshpekt, localizado em uma casinha de madeira em frente à entrada da propriedade. Seu interior rústico simples é decorado com linhos e bordados. Para o café da manhã você pode experimentar o mingau de arroz com leite ou um cream cheese de ricota com geleia de morango.

10h-13h: Passando as colunas brancas na entrada para a propriedade, mergulhamos em um mar verde de bétulas, carvalhos e freixos. Por causa dos freixos aqui plantados, como alguns têm afirmado, o lugar foi chamado de Iásnaia Poliana, nome abreviado de Iasseneva Poliana, ou seja, Clareira dos Freixos. No entanto, de acordo com outra versão, o nome foi herdado do riacho de águas límpidas Iássenka, que corre vizinho à propriedade.

Continuando a caminhada pela alameda, vemos do lado esquerdo os estábulos e os pomares de maçãs, que podem ser apreciadas pelos visitantes no outono, e ainda a casa dos Volkónski. Seguindo o percurso pela estrada, que se afasta para a esquerda da alameda principal, nos aproximamos do túmulo de Tolstói.

Chegando agora à casa, os olhos se deliciam com as pequenas esculturas de cavalos e figuras femininas no balaústre de seu terraço. Alguns degraus acima, calçamos os bakhili (pantufas) e bem à nossa frente abre-se a porta para a vida pessoal de Tolstói, preservada na forma como ficou em 1910, quando o escritor morreu.

Não é permitido fotografar o interior. Um guia recebe os visitantes na primeira sala, repleta de estantes com livros. Foram preservados 22 mil exemplares na casa, dos quais cerca de 50% são em russo e um pouco menos do que isso em 39 idiomas estrangeiros. Uma grande parte da coleção é composta por livros em francês, que Lev Tolstói estudava e, por meio dos quais, por exemplo, ele se preparava para escrever o romance “Guerra e Paz”.

Subindo as escadas à esquerda fica um grande relógio carrilhão ingles. À direita, é abre-se a sala de jantar e estar. A mesa está posta com a louça, na qual costumava comer a sua numerosa família. Nas paredes, dois retratos de Tolstói: o primeiro, obra de I. N. Kramskoi (um segundo retrato como este encontra-se exposto na Galeria Tretiakov) e o segundo pintado por Ilía Repin (o artista pintou aproximadamente 70 retratos do escritor). Retratos das filhas e da esposa do escritor também adornam as paredes. Nesta sala ficam ainda dois pianos e  cadeiras, que criavam os círculos de convívio dos adultos e crianças após o almoço.

No museu também pode-se visitar o quarto de Tolstói, onde ainda repousa sobre uma mesa um volume dos “Irmãos Karamazov”, de Dostoiévski, e também o quarto de Sofia Andreevna (sua esposa), о da governanta e o de hóspedes.

É possível fazer caminhadas sem fim pela propriedade, pela floresta que a cerca e ainda banhar-se na lagoa Grande, perto de sua entrada.

À direita do restaurante Prechpekt e na loja dentro do hotel Iásnaia Poliana vendem-se souvenirs. Os preços são os mesmos. Entre as opções, encontram-se livros sobre Tolstói e a sua obra, incluindo os trabalhos da editora Iásnaia Poliana, que não são encontrados em outras livrarias. Também são vendidos biscoitos de mel de Tula com leite condensado ou marmelada com uma imagem da propriedade ou com imagens de animais. Também encontram-se expostas bonequinhas típicas, artesanato de barro e cerâmicas com pinturas de plantas executadas com engobe [argila líquida com óxidos corantes].

} 15h-19h: Após o almoço, saindo do hotel Iásnaia Poliana, uma caminhada de dez minutos na direção oposta da propriedade nos leva através da floresta até o rio, onde é permitido nadar ou organizar um piquenique.

No museu também pode-se visitar o quarto de Tolstói, onde ainda repousa sobre uma mesa um volume dos “Irmãos Karamazov”, de Dostoiévski Foto: Lori/Legion Media

19h-20h30: Na Casa de Cultura Iásnaia Poliana são apresentados shows e sessões de cinema, com posterior discussão do que foi apresentado com o seu diretor ou ainda concertos executados por graduados do Conservatório Tchaikóvski, de Moscou. A Casa de Cultura também apresenta palestras sobre física, linguística, matemática, gestão da arte, biologia e história. Ao deixar o prédio branco, se nos dirigirmos para a esquerda, estaremos caminhando ao longo da única rua da aldeia Iásnaia Poliana.

Domingo

Aos domingos são oferecidas excursões pela estação de trem Kozlov Zasek, que foi reconstruída. O seu nome remonta ao século 14, quando este lugar ficava no extremo sul do Principado de Moscou e servia de proteção contra ataques. Recebeu o nome Koslov em honra ao governador da província, Ivan Kozlov. Em 1868, virou uma estação de trem. Aqui era trazido o correio para Lev Tolstói. O local também era usado por ele para fazer telefonemas. Daqui ele partiu para o sul, em novembro de 1910, quando adoeceu e morreu, na estação Astapovo.

A viagem pode ser encerrada com uma excursão à  necrópole de Kotchakóvski, onde estão sepultados muitos dos parentes de Tolstói.

Como chegar?

Trens partem diariamente da estação Kursk, de Moscou, para Tula, incluindo o expresso Moscou-Tula, às 18h.

Onde ficar?

A 20 minutos de caminhada da propriedade fica o hotel Iásnaia Poliana. Existem dois blocos em funcionamento: o principal e o vip. Um quarto duplo standard custa 75 euros no edifício principal e 110 euros no bloco vip.

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