A face jovem da guerra

Na história da Rússia há vários exemplos de heroísmo e autossacrifício de pequenos guerreiros Foto: RIA Nóvosti

Na história da Rússia há vários exemplos de heroísmo e autossacrifício de pequenos guerreiros Foto: RIA Nóvosti

Heroísmo e autossacrifício foram observados até entre pequenos guerreiros que deram a vida pela vitória na Segunda Guerra Mundial.

Vália Kotik

Além de fazer a recolha de armas e munições, o mais precoce desta lista de heróis da União Soviética desenhava e fixava caricaturas de nazistas nos muros.

No outono de 1941, organizou uma emboscada na estrada e explodiu, com uma única granada, um carro alemão. No ataque, matou alguns soldados e um comandante do destacamento. Entre 1942 e 1944 foi guerrilheiro ativo no território da Ucrânia, sabotando trens e explodindo armazéns militares. Morreu aos 14 anos em um combate pela cidade de Iziasslav.


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Marat Kazei

Seu pai, marinheiro da Frota do Báltico, deu-lhe o nome do navio Marat. Depois de ficarem órfãos, ele e a irmã entraram para um destacamento de guerrilha. Infiltrou-se muitas vezes nas guarnições inimigas nas aldeias, coletando dados importantes para os exploradores. Organizou dezenas de explosões em ferrovias e participou de ofensivas contra as tropas inimigas.

Foto: Arquivo

Em 1944, ao pé da aldeia bielorrussa de Khoromítskie, nazistas localizaram um grupo de guerrilheiros entre os quais estava Marat. O rapaz ficou rodeado de alemães que tentaram apanhá-lo vivo. Disparou até as munições acabarem e depois se suicidou com uma granada, aos 14 anos.

Lara Mikhéenko

No início do verão de 1941, a estudante de Leningrado chamada Lara foi passar férias na aldeia da avó. Quando a guerra eclodiu, não teve mais como voltar, porque a aldeia foi tomada pelos alemães.


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Ícones para crianças
Esses heróis adolescentes ocuparam um lugar importante na cultura soviética, sendo exemplos de valentia e coragem para uma geração que estava crescendo sem conhecer os horrores da guerra. 

Dois anos depois, ela e uma amiga se uniram a um destacamento de guerrilha. Como exploradora, recolhia informações sobre tropas inimigas e disposição de artilharia, participando da chamada “guerra de trilhos”, ou seja, descarrilando trens inimigos.

Aos 14 anos de idade, a guerrilheira mirim foi apanhada por nazistas durante uma missão de reconhecimento. No interrogatório, tentou se suicidar com uma granada que, por alguma razão, não explodiu. Acabou sendo fuzilada, depois de passar por torturas terríveis.  

Volódia Dubinin

Quando a guerra começou, o estudante de 13 anos seguiu para as pedreiras de Kerch, na Crimeia. Nessa fortaleza soterrada, Volódia desempenhava a função de explorador. Por dois meses, ocupantes alemães lutavam contra guerrilheiros das pedreiras e tapando as saídas das galerias subterrâneas. 

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Volódia, sendo o menor deles, conseguiu sair à superfície por aberturas estreitas, sem ser descoberto pelos alemães. Em janeiro de 1942, a cidade de Kerch foi libertada pelo Exército Vermelho. Volódia morreu na explosão de uma mina terrestre enquanto ajudava a desativá-las nos terrenos em volta das pedreiras.

Mússia Pinkenzón

Entre todos os jovens heróis listados, este violinista prodígio foi o que morreu mais cedo. E também foi único dos cinco adolescentes aqui mencionados que não participou de combates nem guerrilhas. Apesar disso, seu nome se tornou o símbolo de coragem coletiva para todos os jovens heróis da Grande Guerra Patriótica.


Foto: Arquivo

No verão de 1942, seus familiares, de origem judia, foram presos e condenados à morte. Entre muitos outros, foram levados à margem do rio Kuban. Todos os moradores do povoado foram forçados a assistir à execução. Mússia, de violino na mão, começou a tocar o hino dos comunistas – naquela época, também o hino da União Soviética. Todos começaram a cantar junto. Mas o rapaz de 11 anos seguiu tocando até ser atingido por tiros.

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