De maratonas a Nobel, uma leitura de 2015

Feira de quatro dias reuniu mais de 300 editoras na Praça Vermelha

Feira de quatro dias reuniu mais de 300 editoras na Praça Vermelha

Evguênia Novojénina/RIA Nôvosti
Relembre os eventos e destaques da cena cultural russa ao longo deste ano.

1. Recomeço para a Galeria Tretiakov

Em fevereiro, a curadora internacional Zelfira Tregulova foi nomeada a nova diretora da Galeria Tretiakov, em Moscou. Famosa por exposições de arte russa em Roma, Londres e Nova York e ex-vice-chefe dos museus do Kremlin, Tregulova é a aposta do Ministério da Cultura para promover a arte nacional no exterior. Entre as incumbências mais urgentes está também a renovação dos edifícios da galeria.

Zelfira Tregulova: My first internship abroad was in the Guggenheim museum, in 1993-94. I was lucky back then: I combined two museums, the MOMA PS1 [in New York] and the Guggenheim. Source: Oleg Gritsaenko/cult.mos.ruCom esperiência internacional, Tregulova tem missão de promover arte russa no exterior Foto: Oleg Gritsaenko/cult.mos.ru

2. Um ano inteiro de literatura

Este foi Ano da Literatura na Rússia. Pela primeira vez na história, a Praça Vermelha, em Moscou, tornou-se palco de uma enorme feira de livros. O evento Biblio Night, também na capital, contou com a participação de mais 200 bibliotecas.

Além disso, duas maratonas de leitura aconteceram este ano: a primeira, em setembro, teve pessoas de todo o mundo lendo histórias e peças de Anton Tchekhov; na de dezembro, “Guerra e Paz”, de Lev Tolstói, foi lido por uma série de celebridades e pessoas comuns, com transmissão on-line e ininterrupta durante quatro dias.

3. Surpresa no Nobel de Literatura

	Svetlana Alexievich. Source: ReutersNascida da Bielorrússia, Svetlana Alexievich escreve na Rússia desde a URSS Foto: Reuters

Depois de um intervalo de 28 anos, o prêmio Nobel de Literatura foi novamente atribuído a um autor de língua russa. A consagrada foi a escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Alexievich, cuja literatura de extremos ainda não tem tradução no Brasil.

Alexievich escreve e publica suas obras na Rússia desde os tempos soviéticos. Os seus livros, como  “O Homem Vermelho, A Voz da Utopia”, “Vozes de Chernobyl” e “Tempo de segunda mão”, são baseados em investigações jornalísticas e entrevistas com testemunhas oculares de eventos trágicos na história.

Ao se conceder o prêmio à autora bielorrussa levantou-se, portanto, outra questão importante na literatura moderna – a linha entre jornalismo e ficção.

4. Aniversário avant-garde

(Foto: Yuri Somonov / Ria Novosti)Investigações sugerem duas imagens sob tela do "Quadrado Negro" Foto: Iúri Somonov/Ria Nôvosti

Grandes exposições de vanguarda russa viajaram ao redor do mundo nos últimos anos, mas 2015 marcou um centenário que não podia passar em branco. Em 21 de junho completou 100 anos desde que Kazimir Malevitch criou seu famoso “Quadrado Negro”, um símbolo global do suprematismo e da arte vanguardista.

A Fondation Beyeler, com sede em Basel, na Suíça, chegou a recriar a Última Exposição Futurista 0.10, em que a obra foi exibido pela primeira vez ao público.

Investigações divulgadas em novembro revelaram que haveria duas imagens coloridas ocultadas sob a tela, informou a Galeria Tretiakov, onde a obra é mantida.

5. Clássicos de cara nova

Vencedores foram anunciados em uma cerimônia no Tchaikovsky Concert Hall Foto: Press PhotoVencedores foram anunciados em uma cerimônia no Conservatório Tchaikovsky Foto: Press Photo

No verão deste ano, Moscou e São Petersburgo sediaram a 15ª Competição Internacional Tchaikovsky, que é, há 60 anos, um dos concursos de música clássica mais respeitados e já lançou carreiras de vários artistas internacionais.

Os favoritos de 2015 incluíram os tenores da Mongólia, Ariunbaatar Ganbaatar, e da Coreia do Sul, Lee Myonghyun, bem como os pianistas Lucas Debargue, da França, e o russo Dmítri Masleev.

 

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