Festival de Cinema tártaro revela facetas da vida de muçulmanos

Durante o evento, foram exibidos filmes da Alemanha, Itália, França, Inglaterra, Turquia, Rússia, Irã, Iraque, Belarus e de países árabes Foto: ITAR-TASS

Durante o evento, foram exibidos filmes da Alemanha, Itália, França, Inglaterra, Turquia, Rússia, Irã, Iraque, Belarus e de países árabes Foto: ITAR-TASS

Filmes exibidos abordam questões religiosas e sociais incomuns para os habitantes do Tataristão.

A 10ª edição do Festival Internacional de Cinema Muçulmano de Kazan reforçou a importância entre os muçulmanos dessa cidade, que recentemente foi declarada por líderes religiosos da República do Tartaristão (membro da Federação Russa) como a capital do Norte do Islã. Na abertura do festival, o presidente do júri, o diretor de cinema, roteirista e cineasta do Turcomenistão Khodjakuli Narliev, declarou que Kazan deveria mostrar ao mundo inteiro quem são os verdadeiros muçulmanos.

Durante o evento, foram exibidos filmes da Alemanha, Itália, França, Inglaterra, Turquia, Rússia, Irã, Iraque, Belarus e de países árabes. Os cineastas tártatos foram representados pelo filme "A Novela de Kuban", dirigido por Salavat Iuzeev. O ator Danil Chagapov, que participa do longa, recebeu o prêmio de melhor ator do festival.

Os alemães exibiram a sua visão da vida dos muçulmanos austríacos, que, a julgar pelo filme de Daniela Dar Kreitz, "Bem-Aventurada Ânsia", vivem em harmonia com seus vizinhos cristãos. Já os britânicos mostraram os problemas das mulheres que criam filhos fora do casamento no Marrocos, por meio do documentário "Bastardos", de Deborah Perkin.

Dirigido por Jamal al-Bahrain Ghaylan, "Lugar Privado" trata da história de um imigrante indiano que cuida de um banheiro de um grande shopping. Segundo o diretor, ao fazer este filme ele quis mostrar até onde pode ir a atitude de desprezo do povo do Bahrein em relação aos imigrantes no país islâmico. O filme recebeu um prêmio da Associação de Críticos de Cinema da Rússia.

O problema da imigração também foi abordado pelos cineastas russos que participaram do festival. Larissa Sadilova mostrou no filme “Ela” a atual Moscou através dos olhos de uma garota que vem do ensolarado Tadjiquistão para se juntar ao seu amado, sendo que ele se recusa a aceitá-la. Ainda mais triste é o destino do jovem que foi para a Itália fugindo dos horrores da chamada Primavera Árabe no filme de Mirko Locatelli "O Corpo dos Outros".

O Brasil também marcou presença no festival com o filme de Marcio Curi, "A Última Estação", que relata a relação entre um muçulmano e uma cristã. Segundo o diretor, a ideia do filme surgiu quando ele conheceu a comunidade libanesa no Brasil e percebeu que a maioria dos libaneses, ao deixar seu país, corta a conexão espiritual com sua terra natal e apenas alguns mantêm sua fé. O filme de Curi recebeu o prêmio de melhor roteiro do festival de Kazan.

 

Foto: kinopoisk

O prêmio principal foi entregue ao drama "O Caminho de Halima", do diretor croata Arsen Ostojić. Os filmes "Morrer Vingado. Cartas do Passado"[1], do diretor azerbaijano Oktai Mir Kasim, e "No Inverno Passado", do iraniano Salem Salavati, dividiram o prêmio de melhor direção.

 

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