As aventuras de atores brasileiros na Rússia

Foto: divulgação

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Mesa redonda no Festival Internacional de Cinema de Moscou realizada no último domingo (22) teve a produção brasileira "Vermelho Russo" no centro das atenções.

No último domingo (22), foi realizada uma mesa redonda dentro da programação do Festival Internacional de Cinema de Moscou dedicada ao tema "Coproduções cinematográficas entre Rússia e América Latina". Entre os participantes do evento, estiveram membros da equipe de filmagens da produção russo-brasileira "Vermelho Russo".

Rodada em Moscou neste ano, a produção está em fase de montagem, e mistura ficção e documentário ao relatar as experiências de brasileiros e outros estrangeiros em um curso de teatro em Moscou. A fonte inspiradora do título foi um diário de viagem escrito pela atriz Martha Nowill publicado pela revista Piauí.

A produtora executiva do filme, Eliane Ferreira Foto: FB

A produtora executiva do filme, Eliane Ferreira, foi uma das debatedoras convidadas, e esteve em posição especial pelo fato de o título ser o único em coprodução russo-latino-americana nos últimos anos. Ela falou com exclusividade à Gazeta Russa:

Como surgiu a ideia do filme? 

O filme é baseado em fatos reais. Duas atrizes brasileiras foram à Rússia para se aperfeiçoar em seu ofício. Junto a outros estudantes internacionais, elas não só estavam aprendendo o método de Stanislavski, como também sobre a vida na Rússia, que é muito diferente da vida à qual estão acostumadas. A partir dessa história surgiu o roteiro.

Quais aspectos da vida russa são apresentados no filme? O que para um brasileiro será mais interessante aprender sobre os russos? 

Eu acho que a cultura russa é oposta à brasileira em muitos aspectos. Os brasileiros são mais abertos, livres. Os russos são mais tensos, concentrados. Isso é, em grande parte, resultado do desenvolvimento histórico da Rússia. Os russos passaram por muitas coisas, eles são mais sérios.

Nós, brasileiros, sofremos aqui [na Rússia] com as condições climáticas, as dificuldades de movimento... O cirílico está em toda parte! E muitas vezes não entendemos as pessoas, seu comportamento.

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Mas, ao mesmo tempo, é uma experiência especial: viver na Rússia a vida de um russo típico. Afinal, a cultura é uma maneira de pensar. O russo tem uma maneira muito específica de pensar. Não se pode dizer que ela seja melhor ou pior: a lógica é simplesmente diferente. Aprender a entendê-la é difícil, mas muito interessante.

Quais nacionalidades compuseram sua equipe, além de russos e brasileiros? 

Argentinos e a atriz portuguesa Soraya Chávez. Com Soraya, há uma história interessante. Estávamos no festival em Berlim, conversamos com cineastas e dissemos que Soraya participaria de nosso projeto. Ela é bem conhecida no mercado europeu e, em Portugal, é simplesmente adorada.

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Ninguém acreditava. "Soraya? Em um filme de baixo orçamento? Não pode ser!" Mas a Soraya participou do nosso filme,  e não foi por dinheiro, mas por uma ideia. Ela fez o curso de atores junto com as meninas em Moscou e ficou feliz em reviver sua historia e conquistar a Rússia junto com as amigas. 

Os russos filmados no filme são principalmente os professores do Teatro de Arte em Moscou e de outras escolas teatrais. Ao longo do trabalho com o filme, nós mesmos aprendemos muito. A escola russa de teatro é muito forte, foi interessante ouvir os profissionais.  

Depois do lançamento do filme vocês pretendem participar de festivais? 

É muito cedo para dizer, ainda teremos muito trabalho durante a montagem. Mas queremos distribuir o filme na Rússia e no Brasil. Quanto aos festivais, o filme vai participar, mas ainda não sabemos em quais exatamente.

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Se ele estiver pronto no início do ano que vem, tentaremos conquistar Cannes, mas se ele estiver pronto mais tarde, o inscreveremos em Berlim, Veneza, Locarno.

Temos muito material: tanto de ficção quanto documental, então é difícil montar tudo junto. Mas todos nós estamos muito fascinados com essa história! Então, agora estamos tentando fazer um bom filme sem pensar em prazos.

 

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