Blogueiros russos defendem vitória de Conchita Wurst no Eurovision

Conquista de cantora austríaca causou controvérsia nos meios de comunicação Foto: RIA Nóvosti

Conquista de cantora austríaca causou controvérsia nos meios de comunicação Foto: RIA Nóvosti

Conquista de cantora austríaca em festival de música europeu causou controvérsia nos meios de comunicação. Defensores dos valores tradicionais decidiram condenar publicamente a barba feminina, mas blogueiros reagiram favoravelmente ao sucesso do 'alter-ego' do estilista e cantor Tom Neuwirth.

Conchita Wurst, a cantora austríaca que venceu o festival de música Eurovision no sábado passado (10), referiu-se à conquista como uma mensagem para alguns políticos, como o presidente russo Vladímir Pútin, e dedicou o prêmio a todas as pessoas que acreditam “em um futuro sem discriminação”. Mesmo assim, alguns políticos e personalidades da Rússia foram enfáticas ao condenar a vitória da mulher barbada.

Nada de novo

Travestis e drag queens já dominaram a música pop na Rússia. A famosa cantora Verka Serdutchka, que ficou em segundo lugar pela Ucrânia no Eurovision 2007, nada mais é do que o artista Andrêi Danilko transvestido. A popular comédia russa “Dia de Eleições”, filmada há 10 anos, também traz o solista barbudo da banda Umaturman com roupas de mulher.

O apresentador do canal Rússia 1, Boris Kortchevnikov, por exemplo, declarou que a apresentação de Conchita foi um réquiem à União Europeia e aos valores tradicionais. “A Europa enlouqueceu de vez”, disse ele, antes de completar que a imagem de um “solitário que não é homem nem mulher, ardendo no fogo do inferno, transmite bem o estado da União Europeia de hoje”.

No entanto, a maioria dos blogueiros russos viu a conquista de Conchita Wurst com naturalidade. “Eu não vejo nada de anormal. Gostei do vencedor, gostei da voz e a música é superlegal”, escreveu o blogueiro sen_semilia na plataforma Livejournal.com.

Em meio a publicação de vídeos do grupo Queen, nos quais Freddie Mercury canta vestido de mulher, a internauta Irina Krachennikova defendeu que “na música pop tudo sempre foi feito para chocar. Isso é um show, e o show é, acima de tudo, imagens provocantes”.

A mesma opinião foi apresentada por Natália Kramuchenko, que trouxe à tona o problema do alcoolismo como influência mais negativa do que “um cantor estrangeiro qualquer”. “Sob o pretexto de saúde psicológica das crianças, as pessoas se assombram com Conchita Wurst. Elas são hipócritas ou não entendem o óbvio”, escreveu.


Verka Serdutchka Foto: ITAR-TASS

“Nos filmes exibidos diariamente na TV tem gente sendo morta, estuprada e fazem propaganda de drogas. Além disso, tem os jogos violentos que as crianças jogam o tempo todo. Então, por que os pais estão agora tão indignados com isso?”, questionou Den04 em sua página na internet.

 

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