Fast-food terá publicidade restrita

Restrição de publicidade: Rússia segue o exemplo europeu. Foto: Photoshot/Vostock-photo

Restrição de publicidade: Rússia segue o exemplo europeu. Foto: Photoshot/Vostock-photo

Ministério da Saúde da Rússia quer proibir anúncios publicitários de fast foods, batatas fritas e refrigerantes para combater a obesidade.

Na esteira de iniciativas tomadas por outros países europeus, o Ministério da Saúde da Rússia pretende ganhar a batalha contra o excesso de peso, obesidade, colesterol alto e pressão arterial.

No Brasil, a publicidade de fast food direcionada a crianças está sendo combatida desde o ano passado. “Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Florianópolis já têm leis municipais para restringir a venda de alimentos associadas a brinquedos”, conta a diretora Defesa e Futuro do Instituto Alana, Isabella Henriques. 

Na Rússia, entre as novas medidas, está a publicidade voltada a recomendar a redução do consumo de alimentos gordurosos, demasiado salgados ou que contenham grandes quantidades de carboidratos, além de aumentar o consumo de frutas e de gorduras saudáveis que se encontram, por exemplo, no peixe.

De acordo com dados do Ministério da Saúde russo, existem dois motivos para  a obesidade e o excesso de peso entre crianças e jovens com menos de 25 anos no país: o consumo de alimentos altamente calóricos, tais como chocolate, batatas fritas, e refrigerantes, e a falta de atividade física.

Os hábitos alimentares geralmente são adquiridos durante a juventude. Além disso, segundo especialistas do Ministério, as “pequenas refeições ao longo do dia causam obesidade, especialmente entre as mulheres”.

Além da intenção de proibir a publicidade de refrigerantes, batatas fritas e fast food, o Ministério quer exigir que fabricantes de refeições prontas incluam dados sobre os produtos, tais como o número de calorias, carboidratos, gordura e sal, que devem constar de todas as embalagens.

As organizações de defesa dos consumidores afirmam que é necessária a imediata proibição de publicidade de fast foods, batatas fritas e refrigerantes.

“É uma prática que existe em todos os países desenvolvidos. No Reino Unido, por exemplo, a publicidade de fast food é ilegal em publicações destinadas a crianças e jovens”, explica o diretor da União dos Consumidores da Rússia, Piotr Shelisch.

“Na Rússia, no entanto, as crianças gastam o dinheiro em refrigerantes e cachorros-quentes. Uma visita a um restaurante fast food é celebradoa pelas crianças como uma festa”, completa.

Vladímir Iestáfiev, especialista da Associação de Agências de Comunicação da Rússia, afirma que essas proibições prejudicarão significativamente diversas instituições.

“Não há dúvidas de que as agências de publicidade vão sofrer grandes perdas. Emissoras de televisão, jornais, revistas e rádios também perderão diversos patrocinadores”, garante Iestáfiev.

“Além disso, as cadeias de fast food e fabricantes de refrigerantes são os maiores patrocinadores de eventos esportivos. Antes de proibir, o Ministério da Saúde deveria determinar se é capaz de arcar com essas perdas”, afirma.

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