Stalingrado: a cidade que mudou o curso da história

Museu Panorâmico da Batalha de Stalingrado Foto: divulgação

Museu Panorâmico da Batalha de Stalingrado Foto: divulgação

Monumentos aos soldados mortos na Batalha de Stalingrado, entre os quais a Necrópole Memorial do Mamaev Kurgan (o Monte Mamaev) e o Museu Panorâmico da Batalha de Stalingrado, permitem visitantes voltar no tempo.

Volgogrado (antiga Stalingrado) é chamada de cidade mais soviética da Rússia. Essa afirmação tem razões de ser.

Em primeiro lugar, a cidade é famosa por seus monumentos aos soldados mortos na Batalha de Stalingrado ­­­–os principais são a Necrópole Memorial do Mamaev Kurgan (o Monte Mamaev) e o Museu Panorâmico da Batalha de Stalingrado.

Em segundo lugar, no pós-guerra, a cidade foi reconstruída, fazendo com que hoje estilo imperial Stalinista reine no centro da cidade.

O 70º aniversário da Batalha de Stalingrado, celebrado no dia 2 de fevereiro, vai pautar a vida da cidade neste ano ­–exposições, atividades, iniciativas culturais e eventos de toda a espécie relembrando a data serão realizados ao longo de todo 2013.

Museu

Um dos principais símbolos de Volgogrado é o Museu Panorâmico da Batalha de Stalingrado (www.stalingrad-battle.ru), que apresenta a mais completa coleção de documentos e artefatos relacionados à batalha, além de uma enorme tela panorâmica representando episódios da luta dos soldados.

Na Sala do Triunfo são guardadas as bandeiras reais de todas as unidades e tropas envolvidas na batalha. Merece atenção uma coleção de presentes entregues à cidade, provenientes de todo o mundo, em homenagem à coragem de seus defensores.

Dentre eles estão estatuetas de bronze, réplicas de autor das famosas esculturas de Rodin "O Beijo" e "A Fidelidade", entregues à cidade por Lady Vestmakott em 1945, assim como a espada do rei britânico George 6º, oferecida à cidade em 1943 em homenagem à vitória na batalha.

Histórico

A Batalha de Stalingrado, que ocorreu entre 17 de julho de 1942 e 2 de fevereiro de 1943, foi a maior batalha terrestre da Segunda Guerra Mundial ­–estima-se que mais de dois milhões de homens de ambos os lados morreram na batalha.

Após as Batalhas de Stalingrado e de Kursk, as tropas nazistas perderam a iniciativa estratégica na Guerra.

Por ocasião dos 70 anos da batalha, o museu local apresenta uma exposição de objetos pessoais de defensores da cidade, seus uniformes e armas, utensílios do cotidiano, documentos de identidade e cartas. Todas as peças são autênticas.

Bem perto do Museu Panorâmico fica a chamada Casa Pavlov, famosa por ter sido defendida durante 58 dias por 25 soldados. Esse prédio de quatro andares dominava a praça e tinha importância estratégica tanto para as tropas soviéticas quanto para as alemãs.

Durante a batalha, uma menina, batizada de Zinaída, nasceu ali. Ainda hoje, ela continua morando na cidade.

Onde ficar

Volgogrado não possui hotéis de quatro ou cinco estrelas, nem de marcas famosas. 

As principais opções de hospedagem são o Hotel Volgograd, instalado em um edifício histórico reconstruído no pós-guerra, e o Hotel Inturist, que fica em um prédio em frente, também reconstruído.

No pátio do Inturist, no porão do Centro Comercial, fica o museu Memória, organizado no local da captura do marechal de campo alemão Friedrich Paulus.

Para sentir a grandeza, o pesar, a dor e o orgulho esculpidos em pedra, é preciso subir a pé ao Mamaev Kurgan.

Esse imponente monumento está estruturado como um livro. Cada capítulo não tem par: uma aléia de choupos, um largo dos heróis mortos, muros em ruínas, um lago de lágrimas, um panteão da glória militar, uma mãe de luto e o ponto culminante, a estátua Pátria-Mãe Chamando, de onde se tem uma vista panorâmica de invulgar beleza sobre a cidade e paisagens deslumbrantes do rio Volga.

Guias

Guias falando inglês não faltam na cidade.

Às vésperas do 70º aniversário da batalha, a universidade local abriu cursos de guia turístico em inglês, alemão, francês e espanhol. Informações sobre hospedagem, gastronomia, mapas, roteiros e dicas podem ser consultadas no site www.turizm-volgograd.ru, da Agência para o Desenvolvimento do Turismo da Região de Volgogrado.

Nas valas Menor e Maior da Necrópole do Mamaev Kurgan jazem os restos mortais de 36 mil defensores de Stalingrado encontrados na cidade durante as obras de reconstrução no pós-guerra.

No último dia 2, no Mamaev Kurgan, foi inaugurada uma estela com os nomes de 17 mil soldados tombados na batalha, anteriormente dados como desconhecidos. Seus nomes foram identificados graças a um grande trabalho de busca e identificação de restos mortais realizado por um grupo de funcionários do museu local e equipes de voluntários.

Nos anos 2000, a Necrópole ganhou uma Igreja Ortodoxa de Todos os Santos para que todos os que vierem aqui para homenagear a memória dos soldados mortos na batalha possam rezar e acender uma vela por eles, como manda a tradição ortodoxa. 

O centro da cidade, também reconstruído, é outro ponto digno de uma visita. Não deixe de passear pelas ruas centrais da cidade, onde até mesmo uma árvore ou um poste de luz viraram monumentos.

O poste se encontra na praça da estação ferroviária ao lado do Museu Histórico, ostentando marcas de tiros deixadas pelos confrontos na batalha.

A árvore fica em pleno asfalto na Aléia dos Heróis. Apesar de o choupo impedir a vista e a passagem, ninguém se atreve a cortá-la por ser a única árvore da cidade a sobreviver à batalha.

O que comer

A gastronomia local alia de forma feliz a cozinha europeia (a cidade tem restaurantes de cozinha italiana, checa, alemã etc.) com a japonesa e caucasiana. As espetadas de carne (chachlík) são servidas em todos os lugares. O lanche rápido mais popular é o frango à Kiev (filé de peito de frango recheado com manteiga e salsinha), que deixou para trás o Big Mac, embora o McDonald’s também esteja presente na cidade.

A Aléia dos Heróis é um espaço verde da cidade, enquanto a avenida Lênin, a principal rua da cidade, não é uma rua na verdadeira acepção da palavra, antes um boulevard com uma ampla área para pedestres, que separa as duas mãos da estrada.

Na primavera, a cidade fica florida: os damasqueiros são os primeiros a começar a florir. Podem ser vistos em todos os lugares, nas ruas e pátios. Em seguida, chega a vez dos lilás e acácias, сatalpas e castanheiros.

Não deixe de aproveitar para passear pela rua da Paz (úlitsa Mira), a primeira construída após a Batalha, daí seu nome.

No fim da rua há um planetário. Aprecie sua bela arquitetura e a cúpula encimada por uma escultura de Vera Mukhina, famosa escultora soviética. O equipamento óptico instalado no planetário foi oferecido pela República Democrática Alemã (RDA) por ocasião do 70º aniversário de nascimento de Stálin.

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