Bielorrusso que carregou bandeira russa é banido da Rio-2016

Representante bielorrusso que trazia bandeira pode ser condecorado na Rússia com Ordem da Amizade

Representante bielorrusso que trazia bandeira pode ser condecorado na Rússia com Ordem da Amizade

Reuters
Demonstração de apoio a paratletas excluídos durante abertura do evento foi avaliada como ‘gesto político’ por dirigentes do Comitê Internacional. Ato recebeu elogios de autoridades tanto russas como bielorrussas.

Um membro da delegação Bielorrússia que portou uma bandeira russa durante a cerimônia de abertura nos Jogos Paralímpicos Rio-2016, na quarta-feira (7), perdeu sua credencial e poderá participar do torneio, anunciou o Comitê Paralímpico Internacional (CPI) nesta quinta-feira.

O bielorrusso, identificado por veículos de comunicação internacionais como Andrêi Fomotchkin, diretor do Centro Republicano de Treinamento Olímpico para Atletismo na Bielorrússia, teria realizado um “gesto político”, segundo comunicado do CPI.

“O CPI conversará com o Comitê Paralímpico Bielorrusso [CPB] esta manhã para lembrá-los de que protestos políticos são proibidos nos Jogos Paralímpicos”, lê-se na nota, que também anuncia o cancelamento da credencial do bielorrusso envolvido.

A atitude, porém, recebeu elogios de tanto de autoridades de seu país como russas, e foi vista com “admiração” pelo Kremlin, segundo declarou mais cedo o porta-voz da presidência Dmítri Peskov.

“Nós realmente prezamos essa manifestação de solidariedade para com nossos atletas paralímpicos, que foram injustamente privados da possibilidade de participar dos Jogos [no Rio]”, disse Peskov, em entrevista nesta quinta.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakhárova, também teceu elogios pelo episódio.

“Hoje temos um herói. É o homem que trouxe a bandeira russa na abertura dos Jogos Paralímpicos no Rio, mostrando solidariedade com aqueles que foram barrados do evento de forma perversa e desumana”, disse Zakhárova a repórteres.

O presidente do CPB, Oleg Chepel, disse mais cedo que o ato foi “um gesto de solidariedade” com a equipe russa barrada dos Jogos por violações não confirmadas de regras antidoping, informou a agência de notícias Belta.

Paralelamente, o vice-presidente do Comitê Paraolímpico Russo, Rima Batalova, o, propôs que a Rússia condecore o representante bielorrusso que carregava a bandeira russa com o título da Ordem da Amizade.

“Se isso é o que o vice-presidente [do CPR] acredita que devemos fazer, então, ele tem todo o direito de apresentar essa iniciativa”, disse Peskov.

No último dia 7 de agosto, o Comitê Paraolímpico Internacional decidiu proibir a equipe paralímpica da Rússia de participar dos Jogos Paralímpicos Rio-2016. A decisão veio na esteira das denúncias de uma comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada).

Paralimpíada paralela

O presidente russo Vladímir Pútin anunciou na semana passada que o país iria organizar competições alternativas para a equipe paralímpica russa barrada, com prêmios iguais aos que seriam concedidos após participação na Rio-2016.

As provas estão sendo realizadas em instalações esportivas na região de Moscou nesta quinta e sexta-feira (9). Mais de 260 atletas de 18 modalidades participam do evento.

“Nós todos sabemos bem o trabalho intenso exigidos de todos vocês, seus treinadores, do CPR, amigos e parentes, no preparo para o Rio”, disse o ministro dos Esportes russo, Vitáli Mutkô, na cerimônia de abertura dos jogos alternativos.

“Sinto muito que vocês não possam participar dessa festa dos esportes [no Rio], mas nos esforçaremos ao máximo para voltar à família paralímpico mundial o mais breve possível”, disse Mutkô. “Muitas federações internacionais não apoiaram a decisão do Comitê Paraolímpico Internacional”, arrematou.

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